O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) deu início ao programa "Kuntari Katu: Líderes Indígenas na Política Global", voltado para treinar representantes indígenas para participarem mais ativamente de fóruns internacionais, como a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA) em novembro de 2025. A iniciativa é realizada em parceria com a pasta das Relações Exteriores (MRE) e a do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA).
“Kuntari Katu” é uma expressão em nhengatú que significa "aquele que fala (para o povo e em nome do povo)", usada em algumas culturas Aruak para referência aos líderes que dialogam nos clãs, entre os clãs e para fora dos clãs indígenas. O objetivo do programa é capacitar lideranças indígenas para “atuar com efetividade em processos de tomada de decisão relacionados à governança global do meio ambiente e do clima, dos direitos humanos e dos demais temas de interesse dos povos indígenas no âmbito das relações internacionais”, segundo o MPI.
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O evento de boas-vindas da 1ª turma do curso aconteceu na quarta-feira (11/9). Com 230 inscritos, 30 indígenas foram selecionados, sendo 11 da Amazônia, 6 da Caatinga, 4 do Cerrado, 4 da Mata Atlântica, 4 do Pampa e 1 do Pantanal.
Durante a recepção, a diretora-geral do Instituto Rio Branco, embaixadora Mitzi Gurgel Valente da Costa, enfatizou o compromisso do Itamaraty com a diversidade. Além disso, anunciou uma linha orçamentária que irá custear os gastos dos indígenas que se candidatarem para o curso de diplomatas. “São ações afirmativas e servirão de plataforma para ampliação de vozes para a defesa da biodiversidade e do meio ambiente”, destacou.
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Também presente, o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, comentou que o programa surgiu de uma ideia inclusiva e participativa dos povos originários e que irá atender demandas antigas dele e da ministra Sonia Guajajara. A diretora de Gestão e Administração da Fundação dos Povos Indígenas (Funai), Mislene Metchacuna, por sua vez, ressaltou a importância do curso, definindo-o como uma oportunidade de “reverter tragédias que vêm acontecendo” e a busca pelo protagonismo da sabedoria indígena na proteção, conservação e preservação.
O programa terá duração de 18 meses, em estilo híbrido, com 6 módulos presenciais, em Brasília, e diversas atividades virtuais.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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