Cidades do Rio Grande do Sul têm registrado “chuva preta” nesta semana, em decorrência das queimadas da Amazônia e da Região Centro-Oeste do Brasil. O fenômeno ocorre quando a chuva normal passa por uma atmosfera com muitas partículas de fumaça e fuligem. Em vídeo compartilhado nas redes sociais, o professor e biólogo Paulo Jubilut explica a situação.
De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, Minas Gerais registra um número de focos de incêndio muito menor do que em outras regiões. Portanto, o estado não deve registrar a chuva preta.
“Vai demorar a chover, mas o material particular (fuligem) não é suficiente para causar esse tipo de chuva, então, dificilmente, teremos essa chuva preta, que está acontecendo no Sul do Brasil, onde há um corredor de poluição”, explica Ruibran.
Saiba Mais
No entanto, o meteorologista chama a atenção para outra questão. Minas, que enfrenta um forte período de estiagem neste ano, deve continuar sem chuva até a segunda quinzena de outubro. Anteriormente, a previsão indicava que poderia haver chuva no final de setembro, mas o cenário atual prevê que a seca deve continuar.
Chuva de fuligem em SP
A capital paulista também registrou uma situação diferente na tarde dessa quarta-feira (11/9). Moradores da Zona Oeste de São Paulo (SP) presenciaram uma “chuva” de fuligem. Segundo a Climatempo, empresa de meteorologia, o nome correto é queda de fuligem, pois se trata de floquinhos que se assemelham à chuva.
A queda da fuligem deve estar sendo presenciada com frequência pelo interior paulista, onde a quantidade de focos de fogo e de fumaça é muito maior do que a percebida na Grande São Paulo. O calor intenso e os grandes focos de incêndio que estão pelo interior do estado criaram condições para a formação de um enorme redemoinho de fumaça.
De acordo com a Climatempo, a quantidade de fumaça sobre o estado de São Paulo poderá aumentar no fim de semana por causa do deslocamento de uma frente fria. Os ventos tendem a ser moderados a fortes na sexta (13) e, principalmente, no sábado (14) e numa direção que vai favorecer o transporte de mais fumaça sobre o estado.
Além do aumento da fumaça, outros fenômenos poderão ocorrer no fim da semana, como redemoinhos de fumaça e de poeira e levantamento de cortina de poeira.
Seca em Belo Horizonte
Com a permanência de tempo seco e quente, Belo Horizonte deve completar nesta quinta 146 dias sem receber uma gota d'água, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O mês de setembro normalmente é marcado pelo início das pancadas de chuva, com média histórica de 49,2 milímetros (mm) acumulados na capital mineira. No entanto, contrariando o histórico, não há previsão de precipitações até o momento. O cenário da seca em Belo Horizonte é o pior em 60 anos.
Segundo o Inmet, na próxima segunda-feira a umidade aumenta um pouco em BH, mas ainda sem previsão de chuva. Devido ao cenário atual e falta de previsão de chuvas em Minas, a capital deve continuar com baixa qualidade do ar, além de baixos índices de umidade relativa do ar.
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br