ACIDENTE

Tragédia em Vinhedo: FAB divulga relatório preliminar sobre queda de avião

De acordo com o Tenente-Coronel Paulo Mendes Fróes, investigador-encarregado do Cenipa, por duas vezes há registro de voz que comenta formação de gelo no ar

Da esquerda pra direita: coronel Carlos Henrique Baldin, chefe da divisão de investigação do Cenipa, Brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa e tenente coronel Paulo Mendes Froés, investigador encarregado do Cenipa -  (crédito: Mayara Souto/CB/D.A Press)
Da esquerda pra direita: coronel Carlos Henrique Baldin, chefe da divisão de investigação do Cenipa, Brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa e tenente coronel Paulo Mendes Froés, investigador encarregado do Cenipa - (crédito: Mayara Souto/CB/D.A Press)

A Força Aérea Brasileira (FAB), através do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), divulgou nesta sexta-feira (6/9) o reporte preliminar com informações sobre a dinâmica do acidente que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP). Nele, foi possível verificar que a aeronave tinha condições de navegar em locais com gelo, motoristas habilitados para pilotar e manutenções em dia. Há desconfiança, no entanto, de que o sistema anti gelo tenha falhado.

A equipe do Cenipa analisou duas caixas pretas encontradas no avião da companhia Voepass. De acordo com o Tenente-Coronel Paulo Mendes Fróes, investigador-encarregado do Cenipa, por duas vezes há registro de voz que comenta formação de gelo no ar. Na primeira, por volta das 12h15, o comandante comenta que existia falha no sistema de aviso de formação de gelo. Cerca de uma hora depois e dois minutos antes da queda, às 13h20, o copiloto comenta “bastante gelo”.

Ainda de acordo com o reporte preliminar, a aeronave se manteve na altura de 17 pés, até o momento que começou a cair. Seguno Froés, o avião estava fazendo uma curva para descer em São Paulo, quando ficou na vertical e entrou em “parafuso para o lado direito”, depois, teria estabilizado na horizontal e entrou em “parafuso chato” até chegar ao chão. 

“A condição (parafuso) não é normal, é uma situação extremante atípica, não é esperado. As aeronaves possuem sistemas certificados para evitar entrar nessa condição, tanto o sistema de alerta, quanto de atuação nos comandos para isso não ocorrer. Além disso, a tripulação tem treinamento para evitar que a aeronave chegue a essa situação. Considerando essa condição atípica, agora cabe investigar porque isso ocorreu”, declarou o Coronel Carlos Henrique Baldin, chefe da divisão de investigação do Cenipa.

Em nenhum momento há registro de pedido de emergência da tripulação, nem para o comando de São Paulo, nem para outras aeronaves.

Ainda de acordo com a investigação do Cenipa, a aeronave estava com manutenção atualizada, feita pela última vez em 24 de junho de 2023, e certificação de navegabilidade válida. Os check-up diários também estavam sendo realizados e foi feito no dia do acidente.

As condições meteorológicas também previam condição de formação de gelo extremo na altura entre os 12 mil e 21 mil pés. No entanto, a aeronave tinha válido os certificados para voar em locais com gelo e os tripulantes erma qualificados e treinados para lidarem com essa situação.

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postado em 06/09/2024 22:21
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