A investigação da morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso apontou que a jovem foi torturada fisicamente pela mãe, Cleusimar Cardoso. A informação foi dada por uma das testemunhas do caso, uma empregada doméstica que trabalhava na casa da família desde 2022. No inquérito, obtido pelo g1, a mulher afirmou que Cleusimar apresentava comportamentos agressivos, entre eles beliscar, torcer o braço e “assanhar” o cabelo da filha.
"Djidja estava fraca e mal conseguia se defender e inclusive sempre pedia para Cleusimar parar com o comportamento que a machucava", declarou a testemunha. A mulher também relatou que o uso de drogas sintéticas se tornou frequente na casa, além do consumo de Potenay, uma espécie de suplemento usado em bovinos e outros animais de grande porte.
No depoimento, a testemunha disse ainda que era comum ver Djidja e o irmão, Ademar Farias Cardoso Neto, também investigado pela morte, fazendo pedidos de analgésicos por telefone logo pela manhã.
A dependência química da jovem também foi relatada por outra testemunha, uma familiar da vítima. Segundo o g1, que teve acesso à investigação em sigilo de justiça, um vídeo anexado ao inquérito mostra Djidja com cortes profundos no couro cabeludo, mas não indicam a causa.
A ex-sinhazinha foi encontrada morta em casa, em Manaus (AM), no fim de maio deste ano. Os desdobramentos das investigações levaram à prisão de Cleusimar e Ademar, investigados por manter a seita religiosa “Pai, Mãe, Vida", que incentivava o uso de drogas sintéticas como a cetamina, um anestésico e analgésico utilizado em animais de grande porte, apontada como causa da morte de Djidja.
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