REDES SOCIAIS

Cresce migração para o Bluesky, que promete "respeitar totalmente as leis do Brasil"

Em um período de três dias foram registrados um milhão de novos usuários na rede social. Em abril deste ano, o Correio conversou Jay Graber, CEO da Bluesky, e descobriu os "mandamentos" da rede

CEO da Bluesky, Jay Graber -  (crédito: arquivo pessoal/Jay Graber)
CEO da Bluesky, Jay Graber - (crédito: arquivo pessoal/Jay Graber)

Após suspensão do X (ex-Twitter) na sexta-feira (30/8) os brasileiros começaram a "migrar" para a Bluesky, plataforma fundada por Jack Dorsey — então dono do Twitter, que vendeu o microblog para Elon Musk. Em um período de três dias foram registrados um milhão de novos usuários na rede social. Antecipando todo o embate entre as decisões de Alexandre de Moraes e Musk, Jay Graber, CEO da Bluesky, falou ao Correio sobre a migração dos brasileiros do ex-Twitter para o Bluesky.

"Os usuários brasileiros sempre foram uma parte importante do Bluesky. Os brasileiros foram uma das primeiras comunidades a aderir ao Bluesky em 2023, quando toda a comunidade tinha menos de 20 mil usuários. Como a rede era pequena e aconchegante naquela época, a equipe Bluesky fez amizade com muitos usuários brasileiros. Muitos desses primeiros usuários permaneceram no Bluesky, ajudando a desenvolver a cultura de piadas e memes do Bluesky, e esperamos que mais brasileiros venham e participem da conversa", afirmou em entrevista ao repórter Renato Souza. 

Na ocasião, a CEO falou sobre as acusações de Elon Musk contra o Supremo Tribunal Federal e o governo brasileiro de que o país vive uma ditadura. "Pretendemos respeitar totalmente as leis e autoridades locais do Brasil e tomar decisões de moderação de conteúdo caso a caso, de acordo com nossas Diretrizes da Comunidade". "Reconhecemos o governo brasileiro como um governo eleito democraticamente pelo seu povo", completou.

"A moderação é a espinha dorsal de espaços sociais saudáveis on-line. Não toleramos assédio ou discurso de ódio, como você pode ler em nossas Diretrizes da Comunidade", disse a CEO. Ela também frisou que na plataforma possibilita os usuários a criar e assinar camadas adicionais de moderação empilháveis. "Isso permite que as comunidades tenham mais controle sobre seus espaços on-line." 

Jay ainda anunciou os planos da rede social para o Brasil e prometeu novidades na plataforma, como a criação de trend topics, ou seja, lista com os assuntos mais comentados da plataforma, ainda neste ano, e a intenção de remunerar criadores de conteúdo em algum momento. "Nossa missão é criar uma rede social aberta para conversas globais que seja divertida, saudável e que ofereça aos usuários mais opções do que plataformas onde as decisões são tomadas por um pequeno grupo de pessoas", afirmou Jay (Confira na integra a entrevista da CEO neste link).

Entenda a suspensão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na tarde de sexta-feira (29/8), a suspensão da rede social X, o antigo Twitter, em todo território nacional. Em despacho, o magistrado informa que notificou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que o site seja bloqueado. A determinação vale até a rede social pagar as multas e indicar um representante no Brasil.

Leia também: Moraes convoca STF para analisar suspensão do X já nesta segunda-feira (2/9)

Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes afirma que o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Manuel Baigorri, deve ser intimado para que adote de imediato as providências necessárias para a efetivação da medida e deve informá-lo em até 24 horas.

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postado em 01/09/2024 16:23 / atualizado em 01/09/2024 16:27
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