O senador Sergio Moro afirmou, nesta terça-feira (6/8), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adula ditadores "desde que sejam contra os Estados Unidos". O presidente brasileiro segue defendendo o "respeito à soberania popular" ao mesmo tempo em que pediu as atas das eleições presidenciais venezuelanas que elegeram o chavista Nicolás Maduro.
"Boric, presidente do Chile, é de esquerda, mas, entre ideologia e democracia, defende a última e se opõe à fraude de Maduro. Lula, por sua vez, ainda não viu o Muro de Berlim cair e adula ditadores desde que sejam contra os Estados Unidos", disse o senador paranaense.
A fala foi feita em rede social em comentário à fala de Gabriel Boric, presidente do Chile, que citou a investigação penal que o governo venezuelano iniciou contra María Corina Machado e Edmundo González. "Agora o regime de Maduro anuncia processos criminais contra González e Machado, enquanto reprimem o seu próprio povo que exige que a sua expressão democrática seja respeitada", considera o chileno.
O presidente chileno ainda completou: "Defendemos o respeito pelos direitos humanos dos manifestantes e dos líderes da oposição".
Até o momento, o governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória de Maduro, como também não reconheceu as acusações de fraude pela oposição. A postura adotada tem sido cobrar pela divulgação detalhada das atas eleitorais pelo órgão venezuelano do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), assim como têm feito a Colômbia e o México.
No dia seguinte ao pleito, em 28 de julho, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) fez uma nota oficial pedindo a transparência dos votos. Em entrevista exclusiva à TV Centro América, afiliada da Rede Globo, Lula confirmou o pedido, dizendo que "se resolve a briga" apresentando a ata.
Ainda em pronunciamento conjunto com o Chile, Lula falou em transparência. "[O] respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes aos diálogos e promover o entendimento entre governo e oposição", apontou.
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