Morreu nesta segunda-feira (5/8), aos 81 anos, o jornalista Sinval de Itacarambi Leão. Ele foi fundador e editor da revista e portal Imprensa e atuou também em veículos da Rede Globo e Realidade e Visão. A notícia do falecimento de Sinval foi divulgada através de um comunicado publicado pela Associação Brasileira de Imprensa que prestou homenagens ao jornalista.
Sinval de Itacarambi Leão lutava contra um quadro de insuficiência cardíaca desde 2012. Aos poucos, o problema de saúde gerou outras comorbidades.
O velório será realizado nesta terça-feira (6/8) das 8h às 14h, na Funeral Home (Rua São Carlos do Pinhal, 376 – Bela Vista), em São Paulo. Sinval deixa a esposa, Ruth, com quem viveu por mais de 50 anos, além de quatro filhos e seis netos.
Vida e carreira de Sinval Itacarambi Leão
Sinval de Itacarambi Leão nasceu no interior de São Paulo, na zona rural de Araçatuba. Dedicou 14 anos à Ordem de São Bento a que pertencem os monges beneditinos. Ao iniciar os estudos de Filosofia na USP deixou o monastério.
Durante a ditadura militar foi preso e torturado duas vezes por associação com a Ação Libertadora Nacional (ALN), fundada por Carlos Marighella e por conspirar contra o país. Durante o regime de exceção foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional pois os militares estavam certos de que Sinval tinha ligações com o comunismo. Em 1971, conseguiu liberdade e respondeu processo por - em tese - ser membro da ALN. Na justiça, no entanto, Sinval foi considerado inocente por carência de provas.
A edição do jornal Diário Popular (hoje Diário de S.Paulo) que publicou a decisão judicial foi guardada por Sinval Itacarambi durante muitos anos.
Sinval Itacarambi foi repórter nas revistas Realidade e Visão e atuou por um curto período na Folha de S.Paulo. Depois, assumiu cargo no Departamento de Pesquisa de Mídia da agência de publicidade Lintas e na sequência na DPZ. Foi reencontrado pelos militares, mas não aguardou a prisão e fugiu com a família.
Em 1974, se tornou diretor de Serviços de Marketing na Rede Globo, cargo que exerceu até 1982 quando foi transferido como diretor Comercial da Globo Minas. Criou e coordenou projetos relevantes, como o prêmio “Profissionais do Ano”, em vigor até os dias de hoje.
Já em 1987, laçou a Revista IMPRENSA ao lado dos jornalistas Paulo Markun, Dante Matiussi e Manoel Canabarro. Sinval, no entanto, foi o único a dar seguimento ao projeto e ficou 38 anos à frente da publicação. Nesse período, a revista recebeu dois Prêmios Esso de Jornalismo, em 1987 e 1994.
Defensor dos direitos humanos e da liberdade de gênero e de imprensa, Sinval esteve ligado à criação do Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo (em 1989) e do Troféu Mulher Imprensa. Em 2013 foi agraciado com a Medalha Juscelino Kubitschek (2013) por serviços prestados à cultura de Minas Gerais.
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