VIOLÊNCIA

Fenaj e sindicatos se solidarizam com repórter após assédio em Paris

Jornalista reportava o dia dos atletas brasileiros nos Jogos de Paris quando três homens, aparentemente estrangeiros, se aproximaram e começaram a cantar

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e os sindicatos de jornalistas Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo emitiram neste domingo (4/8) uma nota de solidariedade à jornalista Verônica Dalcanal. A profissional foi vítima de assédio sexual durante o trabalho que fazia em Paris. A repórter da TV Brasil, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), está na cidade para a cobertura dos Jogos Olímpicos de 2024.

A jornalista reportava o dia dos atletas brasileiros nos Jogos de Paris quando três homens, aparentemente estrangeiros, se aproximaram e começaram a cantar. Um deles chegou mais perto da jornalista e beijou seu rosto sem consentimento. A mulher repeliu o ato. Logo depois, outro dos homens também a beijou, o que novamente foi rechaçado por Verônica.

 
 
 
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A Fenaj e os sindicatos dizem ser inadmissível que profissionais ainda se sintam desprotegidas para realizar seu trabalho no maior evento esportivo do mundo, no ano em que há equiparação de mulheres e homens entre atletas participantes.

"O assédio é não só uma grave violência contra a mulher, mas uma intimidação misógina ao exercício do jornalismo por ela. Seu corpo não é público e seu lugar profissional também deve ser respeitado. Foram muitos obstáculos machistas ultrapassados para que mulheres fizessem cobertura esportiva. Nenhum passo atrás será dado — ao contrário. Comportamentos como esse devem ser investigados e reprimidos", diz trecho da nota

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República disse, em nota, que é "inaceitável que jornalistas mulheres continuem sendo vítimas dessa violência" e afirmou que dará o "apoio que se faça necessário nesse momento" à profissional.

A ministra da Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que as mulheres precisam ser respeitadas em todos os lugares: "É inaceitável que acreditem ter propriedade sobre nossos corpos, e que jornalistas e outras mulheres em espaços de poder passem por situações como essa".

Jean Lima, presidente da EBC, também manifestou sua solidariedade. "Inadmissível que mulheres ainda sejam submetidas a esse tipo de agressão, principalmente jornalistas no exercício da sua profissão".

No mesmo sentido, a diretora de Jornalismo da EBC, Cidinha Matos, classificou o episódio como inaceitável: "É uma agressão à jornalista, à mulher e ao espírito olímpico, especialmente nesta edição em que as mulheres, em particular as brasileiras, estão conquistando o merecido protagonismo".

*Com informações da Agência Brasil

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