O Brasil tem, atualmente, 212.583.750 habitantes, e apresentou um crescimento de 4,7%, na comparação com o verificado no ano passado. Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apontam o total de moradores de estados e municípios coletado em 12 meses, fechados em 1º de julho. Em 2023, a estimativa apresentada foi de 203.080.756 de pessoas.
Nos últimos anos, o Censo e as projeções populacionais do IBGE têm mostrado a desaceleração no crescimento da população. Isso é reflexo da queda do número de filhos por mãe e do envelhecimento dos brasileiros em geral.
Dos 5.570 municípios, 15 concentram mais de 1 milhão de pessoas e, desta lista, 13 são capitais — os outros dois são Campinas e Guarulhos, ambos em São Paulo, e a capital maranhense, São Luís. Esse grupo de cidades detém 20,1% dos cidadãos do país, o correspondente a 1/5 da massa populacional brasileira.
Brasília continua em terceiro lugar entre os municípios mais populosos, com quase 3 milhões de pessoas, atrás de São Paulo — que segue na liderança, com aproximadamente 11,9 milhões — e do Rio de Janeiro — segundo no ranking, com cerca de 6,7 milhões.
Na outra extremidade do levantamento, estão os 26 municípios que não chegam a ter 1,5 mil habitantes — grupo que reúne 0,02% da massa populacional. Das menores cidades do Brasil, três têm menos de mil moradores: Borá (SP), com 928; Anhanguera (GO), com 921; e Serra da Saudade (MG), com 854.
Desproporção
O estado de São Paulo acumula 46 milhões de pessoas, o que representa 21,6% dos brasileiros. Essa distribuição desproporcional espelha um processo de concentração demográfica que ocorre há décadas. Já as 48 cidades acima de 500 mil habitantes concentram, juntas, mais de 30% do total de pessoas no país.
Minas Gerais é o segundo estado mais populoso (21 milhões de pessoas), mas tem uma densidade demográfica menor que São Paulo. Em seguida, vem o Rio de Janeiro, com 17 milhões.
"Ao longo de vários anos, municípios acabaram superando a marca dos 500 mil habitantes. Embora os maiores centros urbanos não apresentem o mesmo crescimento de antes, ainda têm um forte peso demográfico", observa o gerente de Projeções e Estimativas Populacionais do IBGE, Marcio Minamiguchi.
O anúncio da nova estimativa da população brasileira é relevante para as contas públicas, pois interfere diretamente no cálculo do Fundo de Participação de Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Os números também servem de parâmetro para indicadores sociais, econômicos e demográficos.
Bônus Demográfico
A projeção evidencia, ainda, a tendência do fim do Bônus Demográfico — que é quando a proporção de jovens, a população economicamente ativa, é maior do que a de idosos e crianças, elevando as chances de o país elevar o PIB. O período do Bônus iniciou-se há cerca de 50 anos e começa a perder seus efeitos antes mesmo de 2030, quando a maior parcela da população será de idosos, o que aumenta a pressão sobre os gastos em saúde e previdência social.
Na semana passada, projeção feita pelo próprio IBGE apontou que a população brasileira atingirá o ápice em 2041, quando chegará a 220.425.299 habitantes. Depois, esse número começará a cair, chegando a 199.228.708 até 2070. Isso significa que, em menos de duas décadas, o Brasil terá um crescimento negativo — o número de mortes será maior que o de nascimentos, e a população terá um envelhecimento ainda mais acelerado.
O Brasil ocupa a sétima posição na lista das nações mais populosas do planeta. Fica, inclusive, à frente das que têm as maiores extensões territoriais — como Rússia (9º) e Canadá (38º). O país está atrás de Índia, China, Estados Unidos, Indonésia, Paquistão e Nigéria. (Com Agência Estado)
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