Brasil em chamas

Com dois mortos, São Paulo segue em alerta máximo contra queimadas

O estado conseguiu reduzir o número de cidades afetadas pelos incêndios, mas a situação segue crítica. Chegada de frente fria e o aumento da umidade deve ajudar no combate às chamas.

Bombeiros enfrentam incêndios no interior de São Paulo: mais de 40 municípios em alerta  -  (crédito:  AFP)
Bombeiros enfrentam incêndios no interior de São Paulo: mais de 40 municípios em alerta - (crédito: AFP)

O estado de São Paulo segue em alerta máximo contra as queimadas que afetam especialmente os municípios da região de Ribeirão Preto, no noroeste do estado. Levantamentos não oficiais indicam a ocorrência de duas mortes e 66 feridos com os incêndios.

De acordo com o balanço da Defesa Civil estadual, o combate às chamas conseguiu reduzir o número de municípios com focos de incêndios para apenas 6, ontem no final do domingo (25/8), mas ressalta que ainda 48 localidades permanecem em alerta máximo para queimadas.

Além dos esforços no combate ao incêndio, a chegada de uma frente fria trouxe alguma chuva para o interior paulista. O fenômeno elevou os índices de umidade relativa do ar facilitaram o combate ao fogo.

Segundo o porta-voz da Defesa Civil, capitão Roberto Farina, "a mobilização do Gabinete de Crise de forma rápida para resposta de apoio às regiões afetadas pelos incêndios, assim como na região de Ribeirão Preto, demonstra o compromisso da Defesa Civil do Estado e de todas as agências envolvidas". O militar acrescentou que "mais de 15 mil pessoas estão mobilizadas em proteger vidas e garantir assistência imediata à população afetada".

O governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comemorou o recuo no fogo e agradeceu a ajuda das Forças Armadas. "A gente está com uma grande mobilização de meios. Eu quero agradecer o apoio do governo federal, por meio das Forças Armadas que estão aqui conosco. Estamos com helicópteros do Exército, helicópteros da Marinha. O KC-390 da Força Aérea vai ser decisivo pela grande quantidade de água. Isso vai ser muito importante para combatermos todos os focos aqui na região”, disse Freitas em coletiva neste domingo (25/8).

Ajuda federal

O governo federal enviou ao estado 10 aeronaves, incluindo o KC-390, preparado para atuar no combate às chamas despejando água sobre os incêndios. Mas, sem visibilidade, pela fumaça, que interrompeu as operações do aeroporto de Ribeirão Preto, a aeronave ficou de prontidão mas retida no aeródromo do interior paulista.

A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, destacou a importância da ação coordenada entre os governos estaduais e o governo federal. "Os governadores têm colaborado. Ontem (sábado) eu falei com o governador Tarcísio, que se comprometeu a trabalhar em conjunto. Eu disse para ele que o fogo é para todos nós combatermos”, comentou a ministra.

Ela reproduziu um comentário do chefe do Executivo paulista, que sobrevoou a área afetada. "Ele disse que a sensação é que a gente é uma gota em um oceano de fogo”, relatou a ministra.

O governador de São Paulo disse ainda que o estado não tolerará a prática de queimadas. Garantiu que, assim como a Polícia Federal, a Polícia Civil paulista atuará na investigação dos incêndios criminosos. O estado registrou, até ontem, ao menos duas prisões de criminosos que iniciaram focos de fogo.

“Isso nós não vamos tolerar (queimadas), as forças de segurança estão bem mobilizadas para impedir esse tipo de ação”, afirmou Freitas.

Para acompanhar a operação de guerra contra o fogo montada no interior do estado, o governador passou o domingo (25/8) no posto avançado montado na cidade de Ribeirão Preto. “Nossa força tarefa conta com mais de 7 mil profissionais e voluntários, além de helicópteros, drones e veículos para atuar no combate ao fogo e orientação à população”, disse.

Rodovias

Ao final do dia, não havia mais rodovias interditadas no estado paulista, mas a população foi orientada a evitar trafegar pelas regiões afetadas. "É importante que motoristas evitem essas rotas até a normalização e que busquem alternativas seguras para os trajetos. Além disso, é fundamental que todos permaneçam atentos às atualizações constantes sobre as condições de tráfego monitoradas em tempo real pelas equipes de emergência e concessionárias responsáveis", informou, em comunicado, a Defesa Civil.

Aeroportos

O domingo também foi de transtornos em alguns aeroportos do Brasil. O terminal de Ribeirão Preto ficou três horas com voos suspensos. Em Goiânia, por causa da baixa visibilidade provocada pela fumaça, também houve cancelamento de voos. Em Brasília, graças aos sistemas de pouso e decolagens por instrumentos, as operações não foram afetadas, segundo informou a assessoria da Inframérica, concessionária do terminal.



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postado em 25/08/2024 22:18
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