Um fóssil de um dinossauro que viveu há cerca de 230 milhões de anos e, provavelmente, tinha 2,5 metros de comprimento foi encontrado por pesquisadores ligados à Universidade Federal de Santa Maria (UFMS) em um sítio fossilífero localizado no município de São João do Polêsine, no interior do Rio Grande do Sul.
A descoberta ocorreu em meio à criação de uma espécie de força-tarefa expedicionária após as chuvas históricas que atingiram o Estado neste ano. Se, por um lado, a erosão do solo torna os fósseis mais visíveis, por outro, é preciso correr contra o tempo para evitar que o material seja danificado.
"Depois das chuvas, a gente começou a fazer um monitoramento dos sítios, porque a erosão vai fazer com que os fósseis se tornem expostos. Estamos fazendo um monitoramento mais forte para não se perder nenhum material", disse Rodrigo Müller, paleontólogo da UFSM que liderou a equipe que identificou o novo fóssil.
Ele conta que o material encontrado já havia sido parcialmente danificado por causa do efeito da erosão. Ainda assim, Müller acredita que esse é o segundo fóssil mais completo já achado no mundo de um dinossauro do grupo Herrerasauridae.
"Esse é um grupo de dinossauros que está entre os mais antigos do mundo. São todos carnívoros e bípedes. Dentro desse grupo, a primeira vez que a gente conseguiu um esqueleto completo foi aqui mesmo no Rio Grande do Sul durante uma escavação em 2014?, conta o paleontólogo.
De acordo com o pesquisador, além do Brasil, há ocorrência de fósseis do Herrerasauridae na Argentina.
A próxima etapa do trabalho será identificar a espécie a que pertenceu o dinossauro. O trabalho ainda deve demorar alguns meses para ser concluído e não está descartada a possibilidade de que o fóssil seja de um dinossauro ainda não identificado.
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