O governo federal promoverá, a partir desta terça-feira (30/7), plenárias de discussão sobre as mudanças climáticas nos oito biomas brasileiros, com a participação da população, entidades da sociedade civil e especialistas. A elaboração do Plano Clima é conduzida pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM) desde o fim de 2023, e objetiva a participação e o engajamento da sociedade civil sobre as pautas climáticas, além de angariar subsídios para a política climática até 2035.
O evento Plano Clima Participativo acontece em oito capitais brasileiras que representam cada bioma. Hoje, ocorre em Brasília e, depois, passa pelas cidades de Recife (1º/8), Teresina (2/8), Imperatriz (8/8), Macapá (8/8) e Campo Grande (14/8), finalizando em São Paulo e Porto Alegre, no dia 15 de agosto.
Ao fim do evento, será elaborado um documento que pretende consolidar os compromissos do governo brasiliero com a crise climática. O Plano Clima ficará dividido em dois pilares principais. O primeiro é a Estratégia Nacional de Mitigação, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Já o segundo pilar é a Estratégia Nacional de Adaptação, para diminuir a vulnerabilidade de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima, para garantir que o Brasil consiga enfrentar os eventos climáticos extremos, como as enchentes que destruíram o estado do Rio Grande do Sul.
A plataforma AdaptaBrasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), identificou que mais da metade de todos os municípios brasileiros apresenta alto ou muito alto índice de vulnerabilidade a desastres geo-hidrológicos, como enchentes, inundações e deslizamentos de terra.
Os eventos de seca representam também risco para 48% dos municípios, que têm capacidade baixa ou muito baixa diante dos eventos.
O secretário Nacional de Participação Social, Renato Simões, esclareceu que o Plano Clima é um acordo do governo federal para consolidar políticas climáticas.
“O governo brasileiro quer transformar esse tema em um tema de diálogo da sociedade para que a gente entenda que o que acontece, desde as enchentes do Rio Grande do Sul à seca na Amazônia, passando pelos incêndios no Pantanal, pelos problemas no Cerrado, em cada bioma, a gente começa a ver sinais de exaustão das condições ambientais desses biomas, deve ser um assunto da sociedade”, disse Simões, em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Para contribuir com as propostas do Plano Clima, o cidadão tem até o dia 26 de agosto para apresentar até três propostas e votar em até 10 outras propostas dos participantes, por meio da plataforma digital Brasil Participativo. As 10 propostas mais votadas de cada um dos 18 temas definidos pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima poderão ser incorporadas ao documento final.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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