homicídio doloso

Quem é o motorista da Porsche que matou motociclista em São Paulo

O condutor do veículo de luxo foi identificado como o empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, que estava acompanhado da namorada no momento da colisão

Igor foi indiciado pelo crime de homicídio doloso. Preso em flagrante, ele passará a noite na prisão de crimes de trânsito, na 91ª DP -  (crédito:  Alexandre Serpa/Estadão Conteúdo)
Igor foi indiciado pelo crime de homicídio doloso. Preso em flagrante, ele passará a noite na prisão de crimes de trânsito, na 91ª DP - (crédito: Alexandre Serpa/Estadão Conteúdo)

A polícia prendeu na tarde desta segunda-feira, 29, o motorista que conduzia a Porsche que atingiu e matou o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, 21 anos, na Avenida Interlagos, zona sul de São Paulo, durante a madrugada. O condutor do veículo de luxo foi identificado como o empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, que estava acompanhado da namorada no momento da colisão.

Igor foi indiciado pelo crime de homicídio doloso. Preso em flagrante, ele passará a noite na prisão de crimes de trânsito, na 91ª DP, e participará de audiência de custódia na terça-feira, 30. Carlos Bobadilha, advogado de Igor, disse que a defesa não concorda com a qualificação de homicídio doloso e descreveu o caso como "fatalidade".

"O Igor estava voltando do seu trabalho com a namorada. O Igor não havia ingerido qualquer bebida alcoólica, qualquer entorpecente, e infelizmente aconteceu esta fatalidade", disse o advogado. A defesa não quis comentar os detalhes da ocorrência.

Segundo o BO, Sauceda relatou aos policiais que Figueiredo passou de moto (uma CG 125) junto à Porsche (modelo Cayman, de cor amarela, e ano 2018) e chutou o retrovisor esquerdo do veículo. O empresário afirma que tentou seguir o motociclista na avenida quando Figueiredo trocou de faixa de forma abrupta, e foi acertado pelo carro.

Sauceda disse à PM que tentou desviar, mas a moto e seu carro bateram em um poste e nas árvores próximas à via. O empresário diz, conforme o boletim, não saber o motivo que fez Figueiredo golpear o retrovisor.

Marielle, segundo a polícia, corroborou a versão dada pelo namorado. O casal afirma ter recebido a ajuda de populares para sair da Porsche e a polícia diz não ter identificado testemunhas para descrever a perseguição.

Em coletiva de imprensa, o delegado Edilson Correia de Lima afirmou, porém, que houve mudança na versão apresentada pelo suspeito no início da manhã e no começo desta tarde. E nenhuma delas "condizem com as imagens de câmera de segurança".

Uma câmera de segurança registrou a perseguição que terminou com a morte do motociclista. As imagens mostram os instantes anteriores à batida, quando o motorista do Porsche perseguia o jovem pela Avenida Interlagos. A moto aparece acompanhada de perto pelo outro veículo, ambos em alta velocidade. A colisão aconteceu logo em seguida, pelo horário da gravação.

Igor teria dito que trafegava em uma velocidade entre 60km/h e 70km/h, pouco acima do permitido na Avenida Interlagos. As imagens, no entanto, mostram a Porsche em alta velocidade.

A polícia ainda aguarda a perícia do carro e coleta de mais imagens, assim como o aparecimento de possíveis testemunhas - um caminhoneiro teria visto e filmado o acidente - para concluir o inquérito.

Não há confirmações, ainda, de que Pedro Kaique teria de fato chutado o retrovisor do Porsche, como afirmou o suspeito. O delegado diz, no entanto, que outras possíveis motivações para o crime foram descartadas. A polícia entende que os dois homens não se conheciam.

"Todas as hipóteses não serão afastadas. Serão todas analisadas", disse o delegado Edilson Correia de Lima.

Roberto Guastelli, advogado da família da vítima, diz que houve perseguição de cerca de três quilômetros. O motorista fez o teste do bafômetro e não foi identificada embriaguez.

"Quando a gente chegou no local, ele (o motorista da Porsche) estava debochando. Ele (motorista da Porsche) nem prestou socorro", afirmou Jenifer Ventura Figueiredo, irmã da vítima, auxiliar de compras de 23 anos. "Era um menino cheio de sonhos", lamentou o pai, Alex Lúcio Figueiredo, de 45. (Colaborou Renata Okumura)

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postado em 29/07/2024 23:53
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