SAÚDE PÚBLICA

Brasil registra as primeiras mortes por febre oropouche no mundo

Duas mortes foram registradas de forma inédita na literatura científica mundial por febre oropouche

As vítimas são duas mulheres com menos de 30 anos, sem comorbidades -  (crédito: EBC)
As vítimas são duas mulheres com menos de 30 anos, sem comorbidades - (crédito: EBC)

O Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre oropouche no Brasil. A pasta afirmou em nota que, até o momento, não havia relatos na literatura científica mundial de óbitos causados por esta doença.

As vítimas são duas mulheres que moravam na Bahia com menos de 30 anos, sem comorbidades conhecidas, que apresentaram sintomas semelhantes aos de um quadro de dengue grave.

Segundo a secretaria de Saúde da Bahia (SESAB) a primeira morte, foi no dia 27 de março e a vítima foi uma mulher de 24 anos que morava em Valença; o segundo caso foi registrado no dia 10 de maio e a vítima era residente do município de Camamu. 

O Ministério da Saúde ainda investiga uma terceira morte em Santa Catarina que pode estar relacionada à febre oropouche. No Maranhão, foi descartada a suspeita de um quarto óbito.

  • Leia também: Oropouche: possível transmissão do vírus ao bebê na gestação gera alerta

Seis casos de transmissão vertical, onde a infecção é passada da grávida para o bebê, estão sendo investigados. Em Pernambuco, dois bebês morreram. Outros casos foram registrados na Bahia e no Acre, onde as crianças sobreviveram, mas apresentaram anomalias congênitas, como microcefalia. Houve também um registro de aborto espontâneo.

As secretarias estaduais de saúde, junto com especialistas e o Ministério da Saúde, estão analisando se há ligação entre a febre oropouche e os casos de malformação ou abortamento.

Para enfrentar a situação, o governo federal está intensificando a vigilância durante a gestação e o acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram suspeita clínica de febre oropouche. A pasta destacou que mantém o monitoramento constante de casos e possíveis óbitos por meio da Sala Nacional de Arboviroses. Há um diálogo contínuo com as secretarias estaduais e municipais de saúde.

O governo está acompanhando a situação nos estados através de visitas técnicas, investigações in loco, busca ativa e pesquisas vetoriais para apoiar a resposta local dos estados e municípios. Desde o ano passado, o Ministério da Saúde disponibiliza testes diagnósticos para a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen), o que facilitou a identificação de casos fora da região Norte.

Em 2024, foram registrados 7.236 casos de febre oropouche em 20 estados brasileiros, com a maioria dos casos concentrados no Amazonas e em Rondônia. 

O que é a febre oropouche

A febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus, ou seja, um vírus transmitido por um mosquito, assim como ocorre com a dengue, zika e chikungunya. Os sintomas incluem dor muscular, dor de cabeça, dor nas articulações, náusea e vômitos e diarreia.

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da febre oropouche. O ciclo silvestre, onde animais como bichos-preguiça, macacos e mosquitos são os hospedeiros do vírus. E o ciclo urbano, onde os humanos são os principais hospedeiros.

Em todos os casos a melhor forma de prevenção é buscar evitar a picada do mosquito através do uso de repelentes ou roupas que cubram todo corpo. 

*Estagiária sob a supervisão de Jaqueline Fonseca 

 

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postado em 25/07/2024 19:05 / atualizado em 25/07/2024 20:36
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