Roraima

Garimpo ilegal tem prejuízo de R$ 110 milhões com operações em terras Yanomami

A equipe de atuação, formada por mais de 560 servidores, realizou 967 operações de inteligência, fiscalização e repressão entre os meses de março e o início de julho de 2024. No período, 58 pessoas foram presas

O valor total de prejuízos impostos ao garimpo ilegal na TIY abrange destruição/inutilização de aeronaves (R$ 19 milhões) e de pistas de pouso (R$ 34 milhões), entre outros

 -  (crédito:  IBAMA de Roraima/Divulgação)
O valor total de prejuízos impostos ao garimpo ilegal na TIY abrange destruição/inutilização de aeronaves (R$ 19 milhões) e de pistas de pouso (R$ 34 milhões), entre outros - (crédito: IBAMA de Roraima/Divulgação)

A megaoperação do governo federal contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) já impôs um prejuízo de mais de R$ 110 milhões aos criminosos desde a implantação da Casa de Governo, em Boa Vista (RR), no fim de fevereiro deste ano. O valor decorre da destruição da infraestrutura montada para as ações criminosas, resultado do trabalho dos 31 órgãos federais que atuam na área.

O valor total de prejuízos impostos ao garimpo ilegal na TIY é uma junção entre apreensões de ouro e outros minérios (R$ 9 milhões), de veículos (R$ 2 milhões), multas aplicadas (R$ 11 milhões), destruição/inutilização de aeronaves (R$ 19 milhões), pistas de pouso (R$ 34 milhões) e maquinários (R$ 30 milhões), além de outras apreensões e destruições (R$ 5 milhões).

A equipe de atuação, formada por mais de 560 servidores, realizou 967 operações de inteligência, fiscalização e repressão entre os meses de março e o início de julho de 2024. No período, 58 pessoas foram presas.

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O governo afirmou que o custo do garimpo ilegal tem se elevado com a inutilização da infraestrutura arquitetada pelos criminosos. O diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, responsável pela articulação dos órgãos federais envolvidos, apresentou, na última segunda-feira (8/7), o dado de 40% de aumento da atividade criminosa dentro da TIY. Tubino afirmou que o garimpo ilegal na terra indígena será “antieconômico”.

De acordo com o trabalho de inteligência realizado pelos órgãos federais — que mapeou o extrato de custos do garimpo —, o aluguel de um barco para acessar a terra chega a R$ 25 mil, e os criminosos têm pago R$ 200 mil por mês para pilotos de aeronaves. “A grama do ouro comprado direto do garimpo está com custo elevado, em torno de R$ 370”, revela o diretor da Casa de Governo.

Para Tubino, o trabalho na TIY segue para uma nova fase. "Os resultados já alcançados mostram a efetividade da articulação e do planejamento instituído a partir da instalação da Casa de Governo. É importante destacar que estamos falando da maior terra indígena do Brasil, onde as riquezas do solo, dos rios, atraíram a atividade criminosa, com altos volumes de investimentos para a prática ilegal do garimpo. Mas estamos mostrando aos criminosos que não vamos tolerar a continuidade desta exploração”, reforçou.

Operações em 21 terras indígenas no 1º semestre

A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) realizou operações em 21 terras indígenas de nove unidades federativas entre os meses de janeiro e junho de 2024. No período, foram abordadas mais de 3,4 mil pessoas e conduzidas 97 fiscalizações ambientais, e foram apreendidas mais de 5,7 toneladas de metais preciosos, mais de R$ 1,1 milhão de origem ilícita, 4,3 mil litros de combustível e 300 animais.

Com a participação de agentes das polícias militar e civil, bombeiros militares e peritos, a Força Nacional atua em ações como remoção de invasores, combate ao garimpo ilegal, proteção de recursos naturais, policiamento ostensivo e fiscalização ambiental.

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), ao qual a Força é vinculada, as medidas são sempre conduzidas com foco na garantia de segurança dos indígenas, com respeito às culturas e evitando qualquer forma de violação dos direitos humanos.

Ainda segundo o MJSP, a Força Nacional está presente em terras indígenas em Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul, e as operações são realizadas em apoio a diversos órgãos, como governos estaduais, Polícia Federal, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Casa Civil da Presidência da República, Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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postado em 12/07/2024 17:01 / atualizado em 12/07/2024 17:03
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