CULTURA AMAzÔNICA

Sinhazinha, Cunhã-Poranga e Amo do Boi: os personagens do boi de Parintins

Festival multiartísticono coração da Amazônia deve atrair 120 mil turistas na Ilha que tem 115 mil habitantes

Começa neste fim de semana o 57º Festival do Boi de Parintins. Trata-se de uma manifestação multiartísitca, envolvendo música, artes cênicas e coreográficas no coração da Amazônia, na ilha de Parintins a 369 quilômetros de Manaus.
A cidade, também conhecida como Ilha Tupinambarana ou Ilha da Magia só pode ser acessada de barco ou avião. E no último fim de semana de julho recebe milhares de turistas de todas as partes do mundo. 
Em 2023, o Festival movimentou R$ 146,6 milhões na economia em Parintins e atraiu 110 mil pessoas para a ilha Tupinambarana. Agora, o Governo do Amazonas estima que 120 mil turistas visitem a ilha este ano. O número de visitantes supera a quantidade de habitantes da cidade, que é de 115.363.

O Boi-bumbá de Parintis

As estrelas do festival de Parintins são os Bois Caprichoso e Garantido e a festa é considerada Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 
O Boi-Bumbá é uma tradição centenária que surgiu na Amazônia como brincadeira dos caboclos ribeirinhos parintinenses, nos quintais das casas durante as festividades juninas. Sob a influência do Bumba Meu Boi, do Maranhão, e das festas de folguedo, comuns no Nordeste, o boi de Parintis evoluiu e ao longo dos mais de cem anos de existência ganhou características e elementos próprios que reunem a identidade dos povos tradicionais da Amazônia. 
O Boi Caprichoso é representado pelas cores azul e branco; Já o Boi Garantido é simbolizado pelas cores vermelho e branco. O Caprichoso venceu o Festival de Parintins 24 vezes e o Garantido foi campeão 32 vezes. 
Durante o festival, um corpo de jurados avalia a apresentação dos dois bois e observa o desempenho de 21 itens de oficiais que incluem personagens e alegorias. Confira abaixo os itens oficiais e os personagens que fazem parte do duelo. 

Itens Oficiais

 
Item 1 – Apresentador: Anfitrião, Mestre de Cerimônia, Porta voz do espetáculo, que leva ao conhecimento do espectador a apresentação dos itens disputantes.
 
Item 2 – Levantador de Toadas: Intérprete da trilha sonora do espetáculo.
 
Item 3 – Marujada e Batucada: Conjunto que faz o acompanhamento percussivo das toadas, sendo base para o espetáculo. A Marujada compõe o Caprichoso e a Batucada compõe o Garantido.
 
Item 4 – Ritual Indígena: Representação artística de uma celebração ou rito indígena, fundamentado em consonância ao espetáculo do boi-bumbá.

Item 5 – Porta-estandarte: Brincante que conduz o estandarte símbolo do bumbá.
 
Item 6 – Amo do Boi: Representa o dono da fazenda que entoa versos dentro dos fundamentos do espetáculo.
 
Item 7 – Sinhazinha da Fazenda: Representa a filha do dono da fazenda no Auto tradicional do Boi-Bumbá de Parintins.
 
Item 8 – Rainha do Folclore: Representa a diversidade das manifestações da cultura popular brasileira.
 
Item 9 – Cunhã-Poranga: Mulher bonita em Nheengatu, que representa os povos indígenas.
 
Item 10 – Boi-bumbá (evolução): Boi escultórico articulado que é o símbolo maior da manifestação popular de Parintins, manipulado internamente pelo denominado tripa do boi.
 
Item 11 – Toada (Letra e Música): Gênero musical popular do Boi de Parintins, suporte lítero-musical do festival.
 
Item 12 – Pajé: Personagem arquétipo do curandeiro, xamã, sacerdote indígena, considerando a referência sagrada, mística e mitológica dos povos indígenas.
 
Item 13 – Povos Indígenas: Brincantes que representam os grupos étnicos que compõem os povos indígenas da Amazônia e/ou do território brasileiro.
 
Item 14 – Tuxauas: Brincantes que representam os chefes dos povos indígenas por meio de indumentárias que simbolizam o cocar alegórico.
 
Item 15 – Figura Típica Regional: Estrutura artística alegórica e cênica que representa a identidade regional do amazônida em sua diversidade.
 
Item 16 – Alegorias: Estruturas artísticas que funcionam como suporte cenográfico para as apresentações.
 
Item 17 – Lenda Amazônica: Estrutura artística alegórica e cênica. Narrativa que ilustra a cultura dos povos da Amazônia dentro do contexto do espetáculo.
 
Item 18 – Vaqueirada: Brincantes que representam a figura dos vaqueiros no contexto histórico, os guardiões do boi-bumbá.
 
Item 19 – Galera: Torcedores dispostos nas arquibancadas laterais gratuitas, que formam coreografias uníssonas e organizadas no contexto do espetáculo.
 
Item 20 – Coreografia: Movimentos coreografados dos grupos de dança apresentados durante o espetáculo.
 
Item 21 – Organização do Conjunto Folclórico: Fluidez e organização da apresentação dentro do contexto do espetáculo.
 
 
Secom/AM -
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