RIO GRANDE DO SUL

Microexplosão e 15 mil pessoas afetadas: os impactos de novos temporais no RS

Prefeito de São Luiz Gonzaga disse que uma microexplosão atingiu metade do município. "Foi algo semelhante a um ciclone", afirmou. Alerta para temporais segue até quarta-feira.

O Rio Grande do Sul ainda vive em situação de emergência climática. Novos temporais que atingiram o estado no final de semana causaram alagamentos e deslizamentos de terra em 18 municípios: Arvorezinha, Bento Gonçalves, Boqueirão do Leão, Canela, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Coqueiro Baixo, Dom Pedro de Alcântara, Igrejinha, Mampituba, Maquiné, Pareci Novo, Parobé, Roca Sales, Rio Pardo, São Vendelino, Três Coroas, Vale Real.

Além disso, no sábado (15/6), uma microexplosão ocorreu em São Luiz Gonzaga. Segundo o governo gaúcho, o fenômeno é caracterizado por chuva volumosa em curto espaço de tempo, geralmente acompanhada de rajadas de vento intensas. A ocorrência deixou uma pessoa ferida e mais de 1,2 mil residências foram destelhadas ou sofreram algum tipo de dano, afetando mais de 15 mil pessoas.

Veja os vídeos dos impactos da microexplosão:

A Prefeitura do município informou que o temporal teve cerca de 15 segundos intensos de queda de granizo, ventos muito fortes e chuva torrencial. Após o fenômeno, a gestão municipal emitiu um novo decreto de Situação de Emergência, no domingo (16/6).

"A situação é grave e atingiu quase metade do nosso município, com muitos transtornos e danos em escolas, unidade de saúde, residências e empresas. Foi algo semelhante a um ciclone que nos atingiu, mas tudo o que tinha de ser feito até o momento foi feito”, afirmou o prefeito Sidney Brondani.

Partes de São Luiz Gonazaga ficaram sem luz e com problemas no abastecimento de água. Foram registrados prejuízos em pelo menos quatro escolas municipais: EMEI Altamiro da Silva, EMEF José Bonifácio,  EMEI General José Leovegildo Alves Paiva, e EMEF Cel. Manoel Mamede de Souza. Os prédios da unidade básica de saúde do bairro Mário, da Secretaria Municipal de Saúde e do Museu Arqueológico do município, também foram atingidos e apresentam danos em cobertura, janelas e outras partes da estrutura.

O que é microexplosão?

A empresa de meteorologia Climatempo explica que a microexplosão é associada à passagem de nuvens do tipo cumulonimbus. Quando a nuvem não suporta mais a quantidade de água, ela “despeja”  uma quantidade significativa de chuva em direção ao solo, fazendo com que ocorra muita precipitação em pouco tempo, geralmente sendo acompanhada de rajadas de vento que podem chegar a 150km por hora.

Ajuda

Na segunda-feira (17/6), diante da previsão de mais chuvas e elevação de rios no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite determinou o deslocamento de frota e equipes de resgate para atender, em caso de emergência, as regiões onde há maiores riscos de transtornos. 

As áreas que devem exigir maior atenção são os vales do Caí e do Taquari, a Serra e o Litoral Norte. A Defesa Civil estadual emitiu aviso alertando sobre novos eventos extremos. O alerta vai até quarta-feira (19/6).

Quatro aeronaves, embarcações e agentes militares estão sendo mobilizados para atuar em operações de resgate. Na frota aérea, três veículos são do Rio Grande do Sul e um de São Paulo. O governo gaúcho também buscará o apoio das Forças Armadas para colocar mais veículos a postos.

Previsão

De acordo com as previsões da Sala de Situação da Defesa Civil estadual, nos vales do Caí e do Taquari o risco é de novas enchentes, enquanto na Serra e no Litoral Norte, há chances de deslizamentos. Também deve chover na Região Metropolitana, mas sem a expectativa de que haja grandes problemas. O Guaíba também não deve atingir a cota de inundação.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) destacou que as chuvas irão persistir durante esta semana, principalmente na parte norte do Rio Grande do Sul por causa do posicionamento de um sistema de baixa pressão associado à passagem de um sistema frontal. São previstos volumes que podem ultrapassar os 60 mm, ventos intensos e descargas elétricas.

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