O Brasil teve 58,6 mil novos pedidos de refúgios em 2023. No mesmo ano, 77 mil solicitações foram aceitas, os dados incluem pedidos realizados em 2023 e em anos anteriores. As informações são do relatório Refúgio em Números, apresentado pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) nesta quinta-feira (13/6), em Brasília. No mesmo evento, foi detalhado o relatório mundial sobre o assunto da Agência ONU para Refugiados (Acnur).
De acordo com os dados, na comparação entre 2022 e 2023, foram 8,2 mil pessoas a mais pedindo refúgio no país. A maior parte deles (72%) foram solicitados na região Norte.
Esses pedidos foram feitos por pessoas de 150 nacionalidades, sendo a maioria venezuelanos (29 mil), cubanos (11,4 mil) e angolanos (3,9 mil). Entre os três grupos, houve um grande aumento na comparação ano a ano de cubanos, com 109% de crescimento.
“O Brasil passou a ser, a partir dos movimentos de refúgio e migração, mais negro e mais latino. Antes, a população era mais branca e europeia historicamente. A partir da década passada, temos uma composição mais latina, negra e também asiática. É uma mudança na configuração, fenótipo e também exige mais políticas públicas”, destacou Leonardo Cavalcanti, representante da OBMigra.
Responsável pelo concedimento de refúgio no país, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) analisou mais de 138 mil pedidos no último ano. O valor representa um aumento de 235% em relação a 2022.