Cerca de 80% das terras indígenas localizadas no Rio Grande do Sul sofreram perdas materiais e 60% tiveram danos relacionados à produção de alimentos das famílias. Os dados foram reunidos em um levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do estado (Emater-RS), apresentado ao Ministério da Agricultura e Pecuária na quarta-feira (6/6).
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O Censo Indígena do IBGE, de 2022, estima que existem 36 mil indígenas em terras gaúchas. Eles são reconhecidos oficialmente nas etnias Charrua, Guarani, Kaingang e Xokleng, que vivem em 72 cidades. Já o governo do RS afirma que há 140 terras indígenas em seu território.
Segundo o relatório do Emater-RS, o impacto na produção das famílias indígenas foi sentido nas hortas domésticas e/ou coletivas, na criação de pequenos animais (aves, gado, suínos) e na infraestrutura rural (cercas, chiqueiros, galinheiros, galpões, paióis, entre outros). Esse último também faz parte das perdas materiais, que incluem moradias e pertences pessoais.
Além disso, o órgão estima que 100% das comunidades indígenas sofreram danos diretos ou indiretos na fonte de renda principal, a comercialização de artesanato.
A maior parte das comunidades indígenas (92%) está localizada em municípios que decretaram situação de calamidade ou emergência devido às fortes chuvas.