TRAGÉDIA NO SUL

Governo do RS confirma 15ª morte por leptospirose no estado

Os óbitos mais recentes ocorreram nas cidades de Novo Hamburgo e Igrejinha. Até o momento, foram registrados 3.658 casos da doença e 242 confirmações

A Secretaria Estadual da Saúde confirmou, na última quarta-feira (5), duas novas mortes por leptospirose no Rio Grande do Sul, elevando o total para 15 vítimas. Os casos mais recentes ocorreram nas cidades de Novo Hamburgo e Igrejinha. Até o momento, foram registrados 3.658 casos da doença, com 242 já confirmados.

O número de mortes causadas pela doença registradas durante todo o ano de 2023 no estado foi de 25 óbitos, somando 477 casos. De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, no último dia 29, o número de ocorrências em 2024 deve ser 4 vezes maior.

Todas as mortes registradas até agora, pós-enchentes, são de pessoas do sexo masculino. O professor e especialista em leptospira, Alexander Alberto Tonin, explica que a doença possui uma tendência a causar mais óbitos em pessoas entre 20 e 50 anos que trabalham em redes de esgoto ou diretamente com animais. Por isso, levanta a hipótese de homens serem maioria nesses tipos de trabalhos e serem mais acometidos à bactéria.

De acordo com Alexander, em razão da baixa dos níveis de inundação, “a tendencia é que a proporção de número de mortos leptospirose não se mantenha”, mas alerta que pessoas que estão fazendo limpeza de entulhos e lama ainda precisam tomar cuidado e usar Equipamento de Proteção Individual (EPI).

A leptospirose é causada pela bactéria leptospira interrogans, que se propaga principalmente pela exposição à urina de animais infectados, especialmente roedores. Durante enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama, aumentando o risco de contaminação. 

A chefe da vigilância epidemiológica do Rio Grande do Sul, Roberta Vanacor, por sua vez, alerta para sintomas frequentes como “febre, dor de cabeça, dor muscular (principalmente nas batatas das pernas), falta de apetite e náuseas ou vômitos”. E salienta que o tratamento contra a leptospirose é eficiente e que é preciso procurar ajuda médica assim que houver suspeita da doença.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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