O Conselho Nacional do Ministério Público divulgou, na manhã desta quarta-feira (5/6), os resultados da pesquisa “Estudo Sobre Consciência Vacinal no Brasil”, realizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) junto à Universidade Santo Amaro (Unisa). Para colher os dados acerca da consciência populacional, foi aplicado um questionário, entre os dias 29 de janeiro e 19 de fevereiro de 2024. No total, foram entrevistadas três mil pessoas em todas as regiões do país.
A pesquisa revelou que, embora predomine a confiança quanto à segurança, eficácia e benefício das vacinas, os brasileiros ainda têm receio: 21% avaliam como alto o risco de reações das vacinas e 27% afirmam já ter sentido medo de se vacinar ou de levar uma criança ou adolescente para se vacinar.
O estudo apontou, ainda, o posicionamento dos entrevistados quanto aos benefícios, riscos, medos e dificuldades relativos aos imunizantes. Parte dos dados abrange, ainda, o cenário de confiança pós-pandemia Covid-19, como também os aspectos relacionados aos meios de informação e ao combate às fake news sobre o tema.
A pesquisa traz, também, recortes como o da desinformação. Os resultados mostram que 21% dos entrevistados já desistiram de levar crianças para se vacinarem, após lerem notícias falsas nas redes sociais. O alerta torna-se ainda maior, pois cerca de 27% dos entrevistados afirmaram que confiam muito nas notícias, relacionadas às vacinas, que encontram nas redes sociais.
Paulo Gonet, presidente do CNMP, ressaltou que o estudo visa a retomada de índices seguros e homogêneos de cobertura vacinal em todo o território do Brasil. “Dados do Ministério da Saúde indicam que a cobertura vacinal sofreu significativo decréscimo nos últimos anos. Em 2019, 73% da população estava vacinada, em 2021, menos de 59%. Com a publicação do relatório de pesquisa quantitativa sobre a consciência vacinal no Brasil, a Comissão da Saúde lança nova luz sobre esse tema tão relevante”, disse.
O presidente da Comissão de Saúde do CNMP, Jayme de Oliveira, falou sobre a importância da pesquisa como comprovação aos achismos em torno do olhar da população para a vacina. ““Eu gosto da pesquisa porque ela realmente tira o achismo. ‘‘Ah, eu acho que as pessoas têm medo de se vacinar’, agora eu tenho um dado que mostra que algumas pessoas têm medo, sim, de reações e efeitos colaterais, problemas e sequelas permanentes. Com essas indicações nós temos, agora, como trabalhar com campanhas melhores e com uma comunicação melhor”, declarou.
O evento de divulgação contou com a presença do presidente do CNMP, Paulo Gonet; do ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo Dias de Moura; do presidente da Comissão da Saúde do CNMP, Jayme de Oliveira; do reitor da Unisa, Eloi Francisco Rosa; e do pesquisador da Unisa Antônio Lavareda.
Pacto Nacional pela Consciência Vacinal
A Unisa aderiu ao Pacto Nacional pela Consciência Vacinal em agosto de 2023. Lançado em 30 de novembro de 2022, o Pacto tem como objetivo incentivar uma atuação coordenada e nacional entre o Ministério Público brasileiro, órgãos e entidades envolvidos com a saúde pública. A iniciativa surgiu da preocupação da Comissão da Saúde do CNMP com os baixos índices da cobertura vacinal no Brasil nos últimos anos.
O principal foco é a retomada de índices seguros e homogêneos de cobertura vacinal, em todo o território nacional, por meio da conscientização da população sobre a importância da vacinação, prevista no Programa Nacional de Imunização (PNI). Desde que foi lançada, mais de 170 instituições, públicas e privadas, além de governos de 18 estados brasileiros já aderiram à iniciativa.
Saiba Mais
-
Brasil Brigadeiro envenenado: veja momento em que suspeita é presa
-
Brasil PF quebra quadrilha que faturou R$180 mi com venda ilegal de crédito de carbono
-
Brasil Caso Djidja: carro de ex-sinhazinha é achado abandonado em Manaus
-
Brasil Promotor diz para mulher "aquietar o facho" e voltar com agressor
-
Brasil Brigadeiro envenenado: suspeita de matar namorado se entrega à polícia
-
Brasil Governo lançará plano para enfrentamento de crises climáticas