No mês em que é celebrado o "Junho Verde", a atenção volta-se para a conscientização sobre a escoliose, uma deformidade na coluna vertebral que pode ter consequências graves se não diagnosticada e tratada precocemente. Este mês é uma oportunidade para destacar casos como o de Bianca Furtado de Lima, uma menina de 12 anos, cuja história de superação e luta contra a escoliose inspira e alerta para a importância do diagnóstico precoce. Após uma cirurgia para colocar 27 pinos de correção na coluna, a menina cresceu nove centímetros.
Bianca, que mora em Rio Branco (AC), foi diagnosticada com escoliose idiopática infanto-juvenil aos 8 anos. Ao Correio, o pai dela, Emerson Barros de Lima, relatou os primeiros sinais que foram notados pela família. “A Bianca teve a escoliose idiopática infanto-juvenil. A gente percebeu isso quando ela tinha em torno de 8 a 9 anos de idade a partir de alguns sinais visíveis. O ombro um pouco mais elevado e uma escápula um pouco mais exposta do que a outra. Um outro sinal bem perceptível foram também as vértebras, duas vértebras mais ou menos em baixo, um pouco deslocadas à direita”, explicou.
O tratamento inicial com fisioterapia e uso de colete, iniciado em 2020 durante a pandemia, não foi suficiente para conter a progressão da curvatura. No início do mês, no dia 10 de junho, Bianca passou por cirurgia. Emerson detalhou: “A curva tinha ultrapassado os 50 graus e já era grave. Então o médico iniciou a indicação cirúrgica, para conter aquilo ela precisava passar por uma correção.”
A família enfrentou uma longa espera de dois anos no Tratamento Fora do Domicílio (TFD) até conseguir a cirurgia no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) em São José do Rio Preto (SP). Bianca passou por um procedimento de alongamento da coluna com um halo craniano antes da cirurgia corretiva. “A curva dela tinha expandido para 110 graus. Ficou bem acentuado, uma curva direita em forma de 'C'. Então optamos por fazer esse tratamento, junto com a indicação do médico responsável e também da equipe do hospital”, celebrou Emerson.
Hoje, Bianca está em casa, se recuperando bem, e a família está otimista sobre seu futuro. “Graças a Deus ela anda, senta, se levanta e caminha muito bem, sem dificuldade alguma. E com os tratamentos pós-operatório de fisioterapia evoluindo muito bem”, contou o pai orgulhoso.
Cuidados importantes
A escoliose afeta entre 2% e 4% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e pode causar problemas respiratórios, neurológicos e dores intensas se não tratada. Emerson enfatiza a importância da conscientização e do diagnóstico precoce. “É muito importante que você perceba antes, que você observe, que você tenha bastante atenção com relação aos seus filhos. Alguns sinais são bem visíveis, como por exemplo a altura do ombro, a escápula um pouco mais exposta, outra um pouco mais oculta. E também se a criança for um pouco mais magrinha você até percebe aquela curva feita na em toda a coluna.”
O dia 27 de junho foi o escolhido para celebrar o Dia Internacional da Conscientização sobre a Escoliose Idiopática. No último sábado, 29 de junho, o Congresso Nacional em Brasília ficou iluminado na cor verde para celebrar o Dia Internacional de Conscientização sobre a Escoliose, reforçando a importância do diagnóstico precoce, do tratamento e da pesquisa sobre a doença. A princesa Eugenie, neta da rainha Elizabeth II, também compartilhou nas redes sociais a cicatriz de sua cirurgia de escoliose, destacando a importância de notar cedo os sinais da deformidade.
Emerson deixa um conselho valioso para os pais: “Cuidem, sigam as orientações dos profissionais com os tratamentos. Se precisar usar algum equipamento, use. Se precisar fazer alguma coisa, faça. Não meça esforços porque os danos que podem vir futuramente são bem piores do que o esforço de hoje, então faça o possível.”
A história de Bianca e a campanha Junho Verde são lembretes de que a escoliose, quando diagnosticada e tratada precocemente, pode ser controlada, permitindo que crianças como Bianca tenham um futuro saudável e promissor.
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