O Guia para Uso Consciente de Telas e Dispositivos Digitais para Crianças e Adolescentes, elaborado pelo governo federal, deverá ser lançado ainda este ano, segundo a Secretaria de Comunicação Social (SECOM).
O Grupo de Trabalho (GT) responsável pela elaboração do Guia realizou a primeira reunião em Brasília, na sede da Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
- Leia também: Crianças e adolescentes da era digital
O GT, composto por representantes do governo federal, sociedade civil e academia, discute os riscos do uso excessivo de telas na infância e adolescência e trabalha para o desenvolvimento de um manual que vai orientar famílias e professores sobre como construir relações mais saudáveis das crianças com aparelhos eletrônicos.
Também será realizada uma escuta ativa para que membros da sociedade civil possam opinar sobre as propostas em discussão para garantir que elas sejam efetivas e exequíveis em diferentes contextos sociais. Essa ação será realizada pelo Instituto Alana, com apoio da embaixada do Reino Unido no Brasil e a SECOM.
Para o secretário de Políticas Digitais da SECOM, João Brant, o Estado tem o dever de proteger crianças e adolescentes e ajudar as famílias a enfrentar a tecnologia, presente em todos ambientes. Brant pontua que garantir o acesso à informação qualificada e contribuir para um uso mais saudável e adequado das telas é um desafio urgente do Estado. “As famílias não podem enfrentar sozinhas a luta contra gigantes da tecnologia, que continuamente capturam a nossa atenção para gerar lucro. Isso é especialmente perigoso quando falamos de crianças e adolescentes em desenvolvimento”, afirmou o secretário.
Artigos e publicações de fonte cientificamente confiáveis sobre o uso excessivo de telas já foram disponibilizados pelo governo federal na biblioteca virtual.
Os riscos das telas para as crianças
O uso de telas na infância precisa ser acompanhado de perto pelos responsáveis e existe um limite de tempo ideal para idade. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta que menores de dois anos não devem ter nenhum contato com telas ou videogames. Dos 2 aos 5 anos: o ideal é até uma hora por dia; Dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia e dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.
O uso excessivo de telas pode provocar problemas de saúde física e mental, além de problemas nos olhos, como miopia.
O psicólogo Paulo Gomes afirma que o uso de telas na infância pode gerar ansiedade pois entrega às crianças, de forma muito veloz, uma quantidade imensa de informação que elas ainda não estão habituadas. "O uso de telas estimula muito as crianças e quando ela fica fora da tela, ela acaba ficando muito ansiosa. Há um risco também na parte social, porque ela fica muito parada e acaba criando comportamentos antissociais", afirma.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br