JUNHO VIOLETA

Filhos são principais agressores de idosos no Brasil

Os principais tipos de violência em 2023 foram negligência ou abandono (87,6%), violência psicológica (84,8%), violência patrimonial (76,7%) e violência física (75,4%)

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania tem promovido a campanha Junho Violeta, com o objetivo de orientar a sociedade para a importância de garantir os direitos e a dignidade às pessoas idosas -  (crédito: Reprodução/Freepik)
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania tem promovido a campanha Junho Violeta, com o objetivo de orientar a sociedade para a importância de garantir os direitos e a dignidade às pessoas idosas - (crédito: Reprodução/Freepik)

De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, os estados com maior número de denúncias de violência contra pessoas idosas em 2023 foram São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. As cinco unidades federativas correspondem a 61,6% do total no país. Além da violência física, a negligência/ abandono e a violência psicológica ou moral são as formas mais frequentes de maus-tratos. Os dados foram enviados com exclusividade ao Correio pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, nesta terça-feira (18/6).

Os dados também revelam que a maioria das vítimas de violência são mulheres (58,6%), e os filhos e filhas são os principais agressores (29,5%). O local mais comum onde ocorrem as agressões é a própria residência da vítima (71,5%), e grande parte dos casos é recorrente (35,8%). Em termos de raça, quase metade das vítimas são pessoas pretas e pardas (47,8%).

Dentre os principais tipos de violência cometida no ano passado estão negligência ou abandono (87,6%), violência psicológica (84,8%), violência patrimonial (76,7%) e violência física (75,4%).

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania tem promovido a campanha Junho Violeta, com o objetivo de orientar a sociedade para a importância de garantir os direitos e a dignidade às pessoas idosas, a partir do conhecimento de registros oficiais e indicadores baseados em evidências científicas.

"Frente a esses números, é crucial lembrar que, segundo o Estatuto da Pessoa Idosa, o Estado tem a obrigação de proteger a vida dos idosos através da implementação de políticas sociais. Torna-se urgente reforçar a conscientização para a necessidade de garantir direitos, dignidade e respeito às pessoas idosa, para que essa população não siga sendo alvo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão", diz a pasta, em nota.

O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, chama atenção para a tendência de envelhecimento populacional. “No Brasil, atualmente temos 32 milhões de pessoas idosas, número que vem crescendo e a tendência é de que cresça mais em algumas décadas. A nossa sociedade precisa compreender que não é mais tão jovem quanto parece e que a longevidade é o sucesso das boas práticas e das políticas públicas. Não é demérito algum envelhecer, visto que essa é uma fase tão comum como qualquer outra. Essa pode ser uma possibilidade de se criar oportunidades para construção de novos propósitos”, diz.

Como denunciar?

Pelo Disque 100, o canal de denúncias de violações de direitos humanos da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), é possível denunciar todos os tipos de violência contra pessoas idosas. O serviço é gratuito e funciona 24h por dia, todos os dias da semana, inclusive feriados, e pode ser acionado pelo site oficial, com atendimento na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e pelo WhatsApp (61) 99611-0100.

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postado em 18/06/2024 12:08
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