O depoimento prestado por Júlia Andrade Cathermol Pimenta, principal suspeita pela morte do empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond, chocou até mesmo os investigadores. Vídeos divulgados pelo Fantástico, da Rede Globo, mostram que a mulher ri em vários momentos enquanto descreve a relação com o namorado.
O delegado Marcos Buss, da 25ª Delegacia de Polícia (Engenho Novo), se espantou com a postura e a frieza."É um caso aberrante. Porque evidencia extrema frieza. Impressionante", disse ao portal G1. Júlia pressionava Luiz por uma união estável, mas, segundo ela, o relacionamento deles acabou após uma traição do empresário.
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A mulher prestou depoimento no dia 22 de maio e desde então não foi mais localizada pelas polícia. Marcos Buss diz que Júlia não foi presa após a oitiva por não existir base legal. "Naquele momento não (tinha base legal para prendê-la). Porque ela não estava em flagrante e até aquele momento nós estávamos procurando a autoria e entender o que tinha acontecido", disse o delegado.
No depoimento, ela falou que a relação com o empresário passava por um desgaste. "Eu vi que enquanto eu estava dormindo, ele ficava em bate-papo. Provavelmente procurando put*. Aí descobri que tinha um Instagram fake. Aí teve briga. Aí eu falei que eu queria ir embora", disse Júlia em depoimento.
O delegado disse que a mulher mostrou frieza em todo depoimento. Em determinado momento, quando ele disse que ela era a principal suspeita, Júlia não demonstrou qualquer emoção.
Relembre o caso
Júlia teria oferecido a Luiz um brigadeiro envenenado. Policiais também encontraram uma marca que indicava um possível golpe na cabeça do empresário. Uma mulher, identificada como Suyany Breschak, foi presa por suspeita de ajudar Júlia a se desfazer dos bens do empresário morto.
"No decorrer do inquérito, os agentes apuraram que a namorada de Luiz Marcelo esteve no apartamento enquanto ele já estava morto. Com a ajuda da comparsa, que trabalharia como cigana, ela se desfez dos bens do namorado, inclusive do carro", informou a Polícia Civil, em nota.
Júlia teria moído e colocado 50 comprimidos do medicamento Dimorf no brigadeiro oferecido à vítima. O fármaco tem morfina e age sobre o sistema nervoso central e outros órgãos do corpo. A bula do medicamento alerta que, em caso de uso de grande quantidade, é necessário procurar atendimento médico imediatamente, pois a superdosagem pode causar dificuldade respiratória, muita sonolência progredindo para entorpecimento ou coma, flacidez muscular esquelética, pele fria ou úmida, pupilas contraídas, e em alguns casos edema pulmonar, bradicardia (batimentos cardíacos mais lentos), parada cardíaca e morte.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Luiz morreu de três a seis dias antes de o corpo ser achado. A causa da morte foi inconclusiva e a Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu exames complementares.
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