Diversidade

Parada LGBT+ de São Paulo reúne multidão nas cores verde e amarelo

O tema deste ano é um recado direito ao Congresso Nacional: "Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo: Vote consciente pelos direitos da população LGBT!"

Foliões se beijam durante a 28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, Brasil, em 2 de junho de 2024. -  (crédito: Miguel SCHINCARIOL / AFP)
Foliões se beijam durante a 28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, Brasil, em 2 de junho de 2024. - (crédito: Miguel SCHINCARIOL / AFP)

A 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo desfila, neste domingo (2/6), e deve levar 3 milhões de pessoas à Avenida Paulista. Neste ano, o tom político da marcha começa no dress-code: os participantes foram convidados a vestir roupas verde e amarelo, em uma tentativa de “retomar” as cores da bandeira do Brasil, vastamente utilizadas em protesto bolsonaristas na última década.

A política segue no tema da marcha deste ano: “Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo: Vote consciente pelos direitos da população LGBT!”. A cobrança tem um endereço certo: o Congresso Nacional, que após uma grande eleição de parlamentares conservadores, em 2022, avança contra pautas defendidas pela comunidade LGBTQIAPN+. 

"Neste ano não vamos falar só sobre eleição: vamos denunciar o retrocesso e a omissão do Congresso e das Casas Legislativas em relação às nossas pautas. Em todos esses últimos anos, não se aprovou nenhuma lei que nos favoreça. Vamos cobrar o Legislativo e também vamos dizer: vamos votar consciente. Precisamos ter um voto crítico, elegendo pessoas LGBT+”, enfatizou Nelson Matias Pereira, presidente da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo.

  • Cores verde e amarelo foram febre entre participantes da 28ª Parada do Orgulho LGBT+
    Cores verde e amarelo foram febre entre participantes da 28ª Parada do Orgulho LGBT+ AFP
  • Foliã participa da 28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, Brasil, no dia 2 de junho de 2024.
    Foliã participa da 28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, Brasil, no dia 2 de junho de 2024. Miguel SCHINCARIOL / AFP
  • 28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, teve a retomada das cores da bandeira do Brasil
    28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, teve a retomada das cores da bandeira do Brasil Miguel SCHINCARIOL / AFP
  •  Revelers kiss each other during the 28th Gay Pride Parade in Sao Paulo, Brazil, on June 2, 2024. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP)       Caption
    Revelers kiss each other during the 28th Gay Pride Parade in Sao Paulo, Brazil, on June 2, 2024. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) Caption Miguel SCHINCARIOL / AFP
  • Vista aérea da 28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, Brasil, tirada em 2 de junho de 2024.
    Vista aérea da 28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, Brasil, tirada em 2 de junho de 2024. AFP
  • Vista aérea da 28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, Brasil, tirada em 2 de junho de 2024.
    Vista aérea da 28ª Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, Brasil, tirada em 2 de junho de 2024. Miguel SCHINCARIOL / AFP

De acordo com um dos organizadores, a ideia do "dress-code" tomou força após o show de Madonna na Praia de Copacabana, em maio. Ao lado de Pabllo Vittar, as duas usaram as cores da bandeira do Brasil. 

O aquecimento da Parada começou por volta das 10h. A marcha começa às 15h e contará com 16 trios elétricos e shows de artistas da comunidade, como Pabllo Vittar, Glória Groove e Banda Uó.

Participações políticas

Pré-candidatos ao cargo de prefeito de São Paulo, os deputados Guilherme Boulos (PSol) e Tabata Amaral (PSB) participam da Parada do Orgulho neste domingo. O principal opositor dos dois, o bolsonarista Ricardo Nunes (MDB), confirmou que não vai participar. 

Em discurso em um dos trios, Guilherme Boulos parabenizou o público pela marcha. "Nós estamos aqui hoje por uma coisa simples: dizer que a gente quer respeito e democracia", disse. "E eu tenho certeza que a cidade de São Paulo vai novamente às ruas para dar uma resposta contra o bolsonarismo", completou o deputado, “aplaudido” por uma onda de leques. 

No entanto, uma das falas políticas mais esperadas foi a da deputada federal Érika Hilton (PSol-SP), que subiu no trio e foi recepcionada por gritos de “presidenta” e “o Brasil vai ter uma presidenta travesti”. “Nós estamos aqui resistindo, lutando, celebrando e nós estamos dizendo que o Brasil pode ser melhor, pode ser maior. E sabe porque: Porque o Brasil é preto, é LGBT, indigena, travesti, é viado, é sapatao e é não binario. Esse é o verdadeiro Brasil”, disse Erika em discurso.


 

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postado em 02/06/2024 14:10
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