RIO DE JANEIRO

Polícia suspeita que 50 comprimidos foram colocados em brigadeiro envenenado

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Luiz morreu de três a seis dias antes de o corpo ser achado. A causa da morte é inconclusiva

Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond, teria moído e colocado 50 comprimidos do medicamento Dimorf no brigadeiro oferecido à vítima. O fármaco tem morfina e age sobre o sistema nervoso central e outros órgãos do corpo. As informações são do jornal Extra e constam no depoimento de Suyany Breschak, presa por ter ajudado Júlia a se desfazer dos bens do empresário morto.

A bula do medicamento alerta que, em caso de uso de grande quantidade, é necessário procurar atendimento médico imediatamente, pois a superdosagem pode causar dificuldade respiratória, muita sonolência progredindo para entorpecimento ou coma, flacidez muscular esquelética, pele fria ou úmida, pupilas contraídas, e em alguns casos edema pulmonar, bradicardia (batimentos cardíacos mais lentos), parada cardíaca e morte.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Luiz morreu de três a seis dias antes de o corpo ser achado. A causa da morte foi inconclusiva e a Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu exames complementares. Policiais encontraram uma marca que indicava um possível golpe na cabeça do empresário.  

Corpo em decomposição

Luiz Marcelo Antonio Ormond foi encontrado em estágio avançado de decomposição em 20 de maio no apartamento onde morava no bairro Engenho Novo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O corpo foi localizado porque vizinhos sentiram um cheiro forte e acionaram as autoridades.

Júlia, que era namorada da vítima e é considerada a principal suspeita do crime, alegou que não sabia da morte de Luiz. Ela é considerada foragida da Justiça. Agentes da 25ª Delegacia Policial realizam diligências a fim de localizar e capturar Júlia. Contra ela, há mandado pendente por homicídio qualificado.

"Ao longo da investigação, em que diversas testemunhas prestaram depoimento, a namorada chegou a ser ouvida na delegacia, onde demonstrou muita frieza e afirmou que não tinha conhecimento até então da morte de Luiz Marcelo. Segundo ela, a vítima teria aberto uma conta conjunta em nome dos dois. Imagens mostraram a mulher indo ao condomínio para buscar o cartão desta conta, entregue por correspondência, enquanto o homem já estava morto", pontuou a Polícia Civil.

Cigana e outro homem foram presos

Policiais civis prenderam Suyany por suspeita de ajudar Júlia a se desfazer dos bens do empresário morto. "No decorrer do inquérito, os agentes apuraram que a namorada de Luiz Marcelo esteve no apartamento enquanto ele já estava morto. Com a ajuda da comparsa, que trabalharia como cigana, ela se desfez dos bens do namorado, inclusive do carro", informou a Polícia Civil, em nota.

O veículo foi levado para Cabo Frio (RJ), após supostamente ter sido vendido por R$ 75 mil. Abordado pelos policiais, o homem que estava na posse do carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem. Com o mesmo homem, foram encontrados o telefone celular e o computador de Luiz Marcelo. Ele foi preso em flagrante por receptação.

Então, os policiais chegaram à cigana, que disse que a namorada do empresário tinha uma dívida com ela de cerca de R$ 600 mil. Em depoimento, a mulher presa confessou ter ajudado a dar fim aos pertences da vítima e revelou que boa parte de seus ganhos vinham dos pagamentos da dívida citada. 


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