O ex-policial militar Ronnie Lessa disse que matou a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) por promessa de que ele se tornaria um dos chefes de uma nova milícia em Jacarepaguá, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo ele, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão ofereceram para ele um loteamento clandestino avaliado em milhões de reais. As declarações constam na delação premiada de Ronnie Lessa e foram obtidas pelo programa Fantástico, da TV Globo.
"Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro (...) Ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa (...) Então, na verdade, eu não fui contratado para matar Marielle como um assassino de aluguel. Eu fui chamado para uma sociedade", disse Lessa, em delação.
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De acordo com relatório da Polícia Federal, Ronnie Lessa, um dos executores de Marielle, foi contatado pela primeira vez no “segundo semestre de 2017”, pelo sargento reformado da Polícia Militar do RJ Edmilson Macalé, que o apresentou a proposta e disse que, como recompensa, receberiam uma “grande extensão de terras”.
Em março, foram presos o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCERJ) Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.
Segundo Ronnie Lessa, Marielle Franco estaria "atrapalhando os interesses dos irmãos Brazão", especialmente nas comunidades de Jacarepaguá (RJ). Os advogados de Domingos e Chiquinho Brazão afirmam que não há provas para a narrativa apresentada por Lessa.
Marielle foi morta a tiros em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, localizado na região central da capital fluminense. A vereadora, que saía de um evento com mulheres negras, foi assassinada com quatro disparos na cabeça. Anderson Gomes, motorista do carro que a transportava, foi atingido por três projéteis nas costas e também morreu.
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