Pentecostes

Mãe de beato que morreu de leucemia emociona fiéis em Assis, na Itália

O segundo e último dia do Congresso Internacional de Pentecostes da Paz, em Assis, na Itália, foi marcado por depoimentos comoventes como a de Antonia Acutis, mãe de Carlo, jovem beatificado em 2020

Assis (Itália) — O segundo e último dia do Congresso Internacional de Pentecostes da Paz, promovido pela Comunidade Obra de Maria, em Assis, na Itália, foi marcado por depoimentos comoventes de importantes lideranças católicas. Todos os participantes destacaram a simbologia da escolha da cidade da paz como um gesto de profundo significado humanitário e religioso. Um aspecto relevante no sentido de sensibilizar as pessoas para os verdadeiros valores cristãos da compaixão, da fraternidade e do amor ao próximo.

Tradicionalmente realizado na Terra Santa, o encontro foi transferido para a cidade natal de Francisco de Assis, um dos santos mais populares da Igreja Católica, em razão do conflito entre Hamas e o governo de Israel.

Nas pregações das missas, nos shows e palestras, os líderes espirituais ressaltaram a necessidade de se manter perseverante, vigilante e esperançoso nos momentos de extremo sofrimento da vida, como nas guerras e nas catástrofes climáticas — citaram a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. O conselho também se aplica às dificuldades cotidianas, que tantas vezes provocam aflição.

Na abertura do evento, ontem pela manhã, no Teatro Lyrick, uma surpresa: a participação da Antonia Acutis, mãe do beato Carlo Acutis, jovem de 15 anos que morreu de leucemia, em 2006, e foi beatificado pela Igreja Católica, em 2020. "Meu filho adorou o Espírito Santo a cada dia de sua vida e buscou viver cada dia como se fosse o último. Ele me ensinou que quem tem medo de morrer não tem fé. O Espírito Santo e o Sacramento são os remédios do mundo", declarou.

Ana Dubeux/CB/DAPress - Antônia Salzano Acutis, mãe do beato Carlo Acutis, recebe bênçãos e consolo de padres após dar testemunho da vida breve do filho, que morreu com 15 anos de leucemia

A cearense Ana Maria Brandão Landim, 67 anos, consagrada da comunidade Shalom, chorou ao ouvir o depoimento da mãe do beato. "Sou peregrina há anos; mas nunca ouvi uma coisa tão profunda e verdadeira", comentou.

A comunidade Obra de Maria, fundada em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, conta com 5 mil voluntários e missionários. O grupo se expandiu pelos continentes e, hoje, tem representantes em 46 países, dos quais 24 no continente africano. Eles destacam a esperança, o amor ao próximo, o respeito às diferenças como princípios da vida cristã. E consideram os Pentecostes da Paz na cidade natal de São Francisco um marco de fé. Durante dois dias, mais de 1,5 mil brasileiros vieram à Itália para renovar a fé e orar pela paz e por todos que passam por dificuldades.

Além dos padres cantores Fábio de Melo e Reginaldo Manzotti, o Pentecostes da Paz teve a participação de frei Gilson e da irmã Kelly Patrícia. Os fieis puderam assistir a diversas missas, testemunhos de fé, pregação e encontros de oração.

Um dos convidados para o encontro em Assis, padre Fábio de Melo reforçou a importância de rezar - e agir - em nome da paz. "Eu gostaria muito de acabar com a guerra no Oriente Médio, mas não posso. Mas posso fazer muito entre os meus, na minha comunidade, porque todos nós temos uma Faixa de Gaza em casa. E Jesus disse e não vai mudar uma vírgula disso: 'amai-vos uns aos outros como eu vos amei'. Precisamos levar um estado de paz aos nossos. Não podemos ser cristãos de fachada", afirmou.

Depois dos momentos de reflexão, à noite os shows mantiveram o tom de esperança, mas abriram espaço para alegria. A irmã Kelly Patrícia, que se recupera de uma faringite, cantou seus sucessos. O padre Reginaldo Manzotti falou em superação: "Deus operou um milagre em mim," referindo à cirurgia que fez na coluna. Padre Fábio de Melo destacou também a necessidade de respeitarmos as diferenças.

*A jornalista viajou a convite da organização do evento

 

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