Equipes da prefeitura de Porto Alegre (RS) trabalham na elaboração de um plano de limpeza da cidade, que será dividido em fases. A primeira etapa concentrará os trabalhos nos 21 bairros mais atingidos pela cheia, com 20 equipes que iniciarão a limpeza à medida que as águas baixarem. Os serviços serão coordenados, de forma conjunta, pela Secretaria de Serviços Urbanos (SMSUrb) e pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).
Segundo comunicado divulgado nesta terça-feira (14/5) pela prefeitura, o plano atenderá os bairros Centro Histórico, Floresta, Cidade Baixa, Menino Deus, Praia de Belas, Vila Farrapos, Humaitá, Anchieta, Navegantes, São João, São Geraldo, Santa Maria Goretti, Jardim São Pedro, Sarandi, Ipanema, Guarujá, Vila dos Sargentos, Ponta Grossa, Belém Novo, Lami e Arquipélago.
As atividades de limpeza serão iniciadas pelas avenidas de maior circulação, visando otimizar o fluxo do trânsito. Entre os serviços que devem ser realizados estão raspagem e remoção de terra e lodo; lavagem das vias; recolhimento dos resíduos e de entulhos descartados — como bens móveis que foram inutilizados pela enchente.
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Visando agilizar o recolhimento, a prefeitura definiu quatro unidades provisórias de recebimento de resíduos, para onde esses serão enviados após serem concentrados em um local no interior de cada bairro. As quatro unidades provisórias de recebimento serão estabelecidas na Zona Norte, Lomba do Pinheiro, Serraria e em um outro ponto ainda a ser definido — a prefeitura estuda a possibilidade da instalação de uma unidade na Ilha Grande dos Marinheiros ou na Ilha do Pavão.
Os resíduos depositados nas quatro unidades provisórias de recebimento serão, então, enviados para o Aterro de Inertes. Além disso, a prefeitura implantará uma central de grande porte para a trituração de resíduos volumosos na Estação de Transbordo do DMLU, no bairro Lomba do Pinheiro.
Cada uma das 20 equipes alocadas para a primeira fase do plano será composta por um encarregado e 25 operários, e contará com duas retroescavadeiras, três pás carregadeira, seis caminhões truck com caçamba basculante, dois caminhões basculante, duas vassouras mecânicas, dois hidrojato e um caminhão-pipa, para limpeza e lavagem dos pavimentos.
Para a realização do serviço, a prefeitura prevê a contratação de 550 equipamentos, entre caminhões, carretas retroescavadeiras, pás carregadeiras, escavadeiras hidráulicas e outros, por meio de contratos emergenciais previstos no decreto de calamidade do município.
Custo de mais de R$100 milhões
Durante entrevista coletiva realizada nessa segunda-feira (13/5), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), afirmou que os custos totais para realizar a limpeza da cidade devem ultrapassar os R$100 milhões. Melo disse que os bairros mais atingidos pela enchente — “cerca de 30% da cidade” — serão responsáveis pela maior parte desse custo.
“Nós temos que limpar a cidade. Eu tenho tido muita cautela e não autorizo nenhum secretário a falar sobre isso. Mas eu posso afirmar que a limpeza da cidade vai custar mais de R$100 milhões. Só a limpeza desses bairros atingidos, 30% da cidade. Você vai ter que raspar o lodo, desentupir esses canos entupidos", ressaltou.
Ainda durante a ocasião, o prefeito anunciou uma parceria entre a administração municipal e a consultoria Alvarez & Marsal — que atuará sem custos para o município nos primeiros 60 dias — para a recuperação da infraestrutura da cidade. "Já tivemos reuniões. Estão chegando 20 pessoas que vão se instalar em Porto Alegre. Eles vão trabalhar para olhar também a recuperação da cidade. Sozinho nós não daremos conta", explicou.
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