Convidado do PodCast do Correio, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) foi omais votado do Brasil, proporcionalmente, nas eleições de 2022. Na Conversa com Mayara Souto e Vitória Torres, ele falou, entre outros temas, das ações do governo federal para prevenir desastres ambientais.Uma das áreas críticas apontadas pelo deputado é a gestão das mudanças climáticas, em que aponta“desorganização” e a falta de um“choque urgente” para lidar com a crise ambiental.
Ele também criticou a falta de políticas mais efetivas para a Região Amazônica.“Na pauta das mudanças climáticas, o governo está desordenado, desorganizado e precisa ter um choque. Se a gente quiser se salvar da crise climática, o governo precisa acordar. Agora estamos vendo esse efeito no Sul do Brasil,porém, no ano passado, já aconteceu no Amazonas e ninguém percebeu.
A Amazônia é invisibilizada.Poucos políticos avançam nas necessidades que a Amazônia tem”.O deputado destacou também a importância de o parlamento atuar com assertividade nas questões ambientais, que devem ser discutidas de forma técnica.
“As pautas ambientais não deveriam ser tratadas de maneira ideológica. O meio ambiente deve ser uma preocupação de todos,independentemente de ser de esquerda ou de direita. Politizar essa disputa, politizar a ciência, é um absurdo que só traz prejuízo. Essa pauta não deve ser refém de ideologias partidárias”, disse.
Sobre a tragédia climática no Rio Grande do Sul, o deputado ressaltou que a possibilidade já havia sido prevista há quase uma década em um relatório do Ministério do Meio Ambiente, que foi negligenciado. Ao discutir a política pública para prevenir desastres semelhantes em outras regiões do Brasil, Amom explicou a necessidade de planos bem formulados, o que não tem acontecido no Amazonas,que enfrenta regularmente secas e enchentes, servindo como um “para-choque” para o resto do país.
Ele levantou o problema das pessoas com deficiência que enfrentam odrama das enchentes no Sul.
“Não é de hoje que as mudanças climáticas são uma realidade. Nós temos no nosso mandato iniciativas como o plano de adaptação das mudanças climáticas envolvendo as pessoas com deficiência (PCDs).Falam sobre energia elétrica, água potável, mas não vemos, no caso do Rio Grande do Sul, a destinação adequada de equipamentos para resgatar cadeirantes ou um mapeamento para sabermos onde estão para que possamos resgatá-los em tempo suficiente. Essas pessoas, por uma questão social e racial, são esquecidas nas estratégias de habitação e mitigação das mudanças climáticas”, afirmou.
Em relação à preservação da Amazônia, Mandel afirmou que transformar Manaus em uma cidade globalmente reconhecida é uma vantagem não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Para o deputado, a invisibilidade da Amazônia está ligada à ausência de ações efetivas para mitigar os impactos das mudanças climáticas na população local, especialmente os mais vulneráveis, como as comunidades ribeirinhas.
“O que está acontecendo no Rio Grande do Sul também aconteceu duas vezes no Amazonas. Uma com enchentes que fizeram com que pessoas tivessem que deixar suas casas, não na mesma proporção, mas na mesma gravidade. Todos os anos tem cidades que precisam ser evacuadas no Amazonas e ninguém fala sobre isso. O Amazonas vive isso com uma frequência muito maior”, contou.
* Estagiária sob a supervisão deVinicius Doria