Com uma mobilização conjunta de ministérios, Forças Armadas, Defesa Civil, e apoio direto do governo estadual e prefeituras, equipes trabalham incansavelmente para mitigar os impactos devastadores das enchentes no Rio Grande do Sul. Agentes da Força Nacional responderam prontamente ao chamado de auxílio, deslocando-se para as áreas mais afetadas pelas chuvas.
O contingente de 117 agentes inclui policiais militares, bombeiros e policiais civis, todos focados no resgate dos desabrigados. Juntando-se aos esforços locais, eles atuam em cidades, como Canoas e São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre. Os números divulgados pela Defesa Civil do estado mostram a extensão dos estragos provocados pelas chuvas.
Mais de 850 mil pessoas foram afetadas, em 350 municípios atingidos pela inundação. Com mais de 122 mil pessoas desalojadas e outras alojadas em acampamentos emergenciais, o estado enfrenta uma crise humanitária de grandes proporções. A Marinha do Brasil também está ativa na operação de resgate, com os Fuzileiros Navais trabalhando nas áreas mais afetadas.
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O apoio às operações de resgate não se limita apenas às forças federais. Diversos estados brasileiros, além do Distrito Federal, estão contribuindo com equipes, equipamentos e recursos para complementar o auxílio emergencial. Prefeituras também estão enviando técnicos da Defesa Civil Municipal em missão de ajuda humanitária, enquanto o governo estadual mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Saúde para prestar auxílio às operações de busca e salvamento.
Enquanto isso, o estado de Santa Catarina está em estado de alerta para possíveis consequências das enchentes vindas do Rio Grande do Sul. Com planos de emergência prontos para serem executados, a Defesa Civil local está mobilizada e preparada para enfrentar a situação, é o que afirmou o coordenador regional de proteção e defesa civil da região norte e nordeste de Santa Catarina, Antonio Edival Pereira, ao Correio. “Estão se preparando. Em estado de alerta. Prontos para executar o trabalho que foram preparados”, observou.
“Temos a Coordenadoria de Monitoramento e Alerta com equipe de meteorologista, hidrologia, geologia. Em Santa Catarina está para ser lançado o “Proteção Levado a Sério” do governo federal — programa que prevê a recuperação e reforma de barragens já existentes e construção de canais extravasores”, completou.
Sem locomoção
O fotógrafo brasiliense Nicolau Luís Chaves está preso no interior do Rio Grande do Sul, surpreendido por uma dificuldade logística após a tragédia. Ao Correio, ele relatou sua experiência durante sua estada na cidade de Venâncio Aires, uma das áreas afetadas pelo evento catastrófico. Tinha a intenção de se aproximar das áreas atingidas, especialmente para documentar os estragos na RSC287, via que conecta a cidade à capital, Porto Alegre.
No entanto, devido à crise de abastecimento na região, tornou o uso do carro inviável. Além dos problemas de locomoção, o fotógrafo relatou as adversidades enfrentadas pela comunidade local, incluindo a interrupção no fornecimento de água. “Ficamos aqui na cidade sem água nas torneiras”, disse Chaves. A concessionária responsável precisou interromper a captação de água no Arroio Castelhano. A população improvisou soluções, como a coleta de água da chuva para suprir algumas necessidades básicas.
“Como chovia muito, deixávamos baldes na rua e usávamos a água da chuva para algumas finalidades. Garrafões grandes de água não eram mais encontrados nos mercados. Compramos uns cinco fardos de garrafas pequenas. Felizmente a água voltou na noite de quinta para sexta”, contou.
A situação de isolamento de Chaves é agravada pela impossibilidade de retorno devido à inundação do aeroporto e à falta de acesso às estradas.
*Estagiária sob a supervisão de Edla Lula
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