A enchente que atinge Porto Alegre chegou ao centro histórico da cidade e invadiu prédios centenários da capital gaúcha. Edifícios como o Mercado Público e Casa de Cultura Mario Quintana, pontos turísticos da cidade, foram tomados pela água. O centro histórico da cidade foi tombado em 1999. De lá para cá, houve restaurações de vários edifícios públicos.
A enchente chegou à praça da Alfândega, que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No local, estão prédios como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), o Memorial do Rio Grande do Sul, o Santander Cultural e o Clube do Comércio de Porto Alegre.
A praça existe desde o fim do século 18, quando foi construído um cais de pedra para facilitar o embarque de quem chegasse pelo lago Guaíba.
A rua das Andradas, que fica ali perto, também está debaixo d'água. Lá é onde fica a Casa de Cultura Mario Quintana, o principal centro cultural de Porto Alegre. No local, funcionava o Hotel Majestic na década de 1930. A prefeitura também foi alagada.
No domingo (5/5), uma comitiva da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) vistoriou instituições vinculadas à pasta. De acordo com o órgão, os acervos estão preservados. Foram vistoriados o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), o Memorial do Rio Grande do Sul, o Museu de Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom) e a Biblioteca Pública do Estado (BPE). Segundo a Sedac, as equipes dessas instituições movimentaram os acervos e realizaram ações para preservação do patrimônio e da vida dos trabalhadores dos espaços.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que iniciou o preparo de um relatório sobre a situação dos bens materiais tombados, dos sítios arqueológicos e das comunidades de detentores do patrimônio imaterial que se encontram nas regiões afetadas pelas enchentes. Após a conclusão desse relatório, terá as diretrizes necessárias para um plano de reconstrução e restabelecimento.
O Iphan ainda disse que a ministra da Cultura, Margareth Menezes, orientou que a equipe técnica da autarquia está a postos para prestar todo apoio necessário às comunidades. Aguardando apenas a melhoria das condições para deslocamento e atuação. Enquanto isso, tem prestado apoio às prefeituras e buscado informações junto aos gestores e á sociedade a respeito dos efeitos da tragédia sobre o patrimônio cultural gaúcho", disse.
Enchente de 1941
O cenário que Porto Alegre vive não se via desde 1941, quando foi registrada até então a maior enchente da história da cidade. Na época, o Guaíba atingiu 4,76 metro e o centro histórico ficou debaixo d'água.
Este ano, a água do Guaíba já atingiu 5,35 metros. Pelo menos, 83 pessoas morreram. Até o momento, 345 municípios estão afetados pelas enchentes e 19.368 pessoas estão em abrigos, além de 121.957 desalojados. Para ajudar as vítimas, o governo gaúcho reativou o canal de doações via Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul. O pix é o 92.958.800/0001-38.
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