Com a chegada de cada vez mais água pelos afluentes do Lago Guaíba, em Porto Alegre, o nível da enchente na capital gaúcha chegou, por volta das 21h30 desta sexta-feira (3/5), a marca de 4,77 metros. O volume ultrapassa a máxima histórica registrada na grande enchente de 1941, quando a cheia atingiu a medida de 4,76 metros no local. A expectativa é que o nível das águas ainda suba mais durante a madrugada deste sábado (4/5) e nos próximos dias, já que a previsão aponta para mais chuva na região.
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As atualizações do nível das águas está sendo feito manualmente, com a medição colhida no Cais Mauá, desde a manhã desta sexta-feira (3/5), quando o sistema on-line e automático do governo do estado parou de funcionar. Apesar do nível histórico, a capital gaúcha está sofrendo menos do que na cheia de 1941, já que depois daquele episódio foi construído um sistema de comportas e um muro dique de três metros de altura que separa o centro da capital gaúcha do Lago Guaíba.
Projetado para aguentar águas até um nível de 6 metros, até o momento o muro está contendo os 4,77 metros, mas, como a perspectiva é que a água continue subindo, a população da capital gaúcha teme que a cheia ultrapasse a cota de 6 metros. A projeção da Defesa Civil estadual é que o nível ultrapasse os 5,5 metros, próximo do limite do muro.
Além disso, o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), demonstrou dúvidas que o sistema de comportas, que já sofreu com o rompimento de um dos portões nesta sexta-feira, siga resistindo à força das águas. Segundo ele, a pressão no sistema pode causar uma ruptura que geraria uma onda de destruição na cidade.
“Aqui em Porto Alegre tem o sistema de proteção, mas esse sistema está sendo estressado, posto à prova por conta de um volume muito grande e persistente de água. Não há como garantir que não haja algum tipo de ruptura e isso pode causar uma onda arrastando pessoas, ferindo, machucando e até colocando em risco a vida”, disse o governador em um balanço das cheias divulgado na noite desta sexta-feira (3/5).