Tragédia no Sul

Temporais no RS completam 1 mês; consequências ainda assolam estado

Defesa Civil contabiliza mais de 2,3 milhões de afetados em decorrência das enchentes nos municípios gaúchos

Precipitação mensal de chuvas em Porto Alegre ultrapassou em mais de 400% a média da série de 1991 a 2020 -  (crédito: Mauricio Tonetto / Secom)
Precipitação mensal de chuvas em Porto Alegre ultrapassou em mais de 400% a média da série de 1991 a 2020 - (crédito: Mauricio Tonetto / Secom)

O fim de abril foi marcado pela grande quantidade de chuva que assolou o estado do Rio Grande do Sul. A força da água devastou bairros inteiros e deixou rastros de destruição por onde passou. A maior tragédia já ocorrida no estado completa um mês nesta quarta-feira (29/5) e ainda promove impactos diretos na vida dos afetados. 

Segundo o MetSul, a capital, Porto Alegre, atingiu, na segunda-feira (27), a marca de 513,6 mm de chuva no período, primeira vez na história climática do município. Maio bateu todos os recordes e se tornou o mês mais chuvoso de toda a série histórica da cidade. 

Em um comparativo, a média de chuva histórica de maio na capital gaúcha na séria de 1991 a 2020 é de 112,8 mm, ou seja, em 27 dias de maio a precipitação média mensal ultrapassou a média histórica em 455%. 

Cronologia da tragédia

Os eventos climáticos de grandes intensidades começaram no dia 24 de abril, porém, o primeiro aviso veio no dia 29, pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu o alerta vermelho de volume elevado de chuva. Dois dias depois, 1º de maio, o governador do RS, Eduardo Leite, decretou estado de calamidade pública em toda a extensão do estado. 

Já no dia 2, as águas do Guaíba, que banha tanto a capital do estado, quanto Eldorado do Sul, Barra do Ribeiro e Viamão, transbordaram e invadiram o centro histórico de Porto Alegre. O nível do lago ultrapassou a média histórica de 4,75 metros, registrada na enchente de 1941, em 3 de maio, com 4,77 m. O Guaíba chegou a medir 5,33 m na segunda, 6 de maio. 

Efeitos dos estragos

Diversas famílias perderam tudo o que tinham em decorrência das enchentes. A força da chuva obrigou milhares de gaúchos a deixarem tudo para trás. Bairros ao redor do estado foram evacuados e, no ápice da tragédia, só podiam ser acessados por meio de barcos. 

Balanço atualizado

Segundo a atualização mais recente da Defesa Civil do RS, 469 municípios foram afetados, o que impactou 2.345.400 pessoas que moravam nas regiões devastadas. O número de desalojados ultrapassa os 500 mil, e mais de 48 mil pessoas ainda estão em abrigos. 

Entre os feridos, a contagem chega a 806, e os desaparecidos somam 53. Os óbitos confirmados são de 169, com nenhuma morte em investigação. 

No total, até o momento, os resgates conseguiram salvar 77.712 pessoas e 12.521 animais.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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postado em 28/05/2024 17:18 / atualizado em 28/05/2024 17:18
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