tragédia no sul

Defesa Civil emite novo alerta de alto risco de cheias em todo o RS

Defesa Civil emite alerta de chuva e vento forte para quase todo o estado. Região central está sob risco de inundação e subida vertiginosa do nível de pequenos rios e arroios

Ponte erguida pelo Exército não resistiu à força da correnteza -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
Ponte erguida pelo Exército não resistiu à força da correnteza - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

Porto Alegre e Capão da Canoa (RS) — A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu, ontem, alerta de chuva e vento forte para quase todo o estado. A região central, em especial, está com risco de inundação e cheia de pequenos rios e arroios. O local foi o primeiro a ser atingido pela tragédia ambiental que assola os gaúchos desde abril.

Em Santa Maria, por exemplo, a Defesa Civil municipal estima que o acumulado pluviométrico chegue hoje a 120mm. No último dia 1º, a cidade bateu um recorde mundial: foi onde mais choveu em todo o planeta, segundo o site Ogimet, que faz o acompanhamento de precipitação diária nos cinco continentes. De acordo com Adão Lemos, superintendente da Defesa Civil municipal, o acumulado nesses dias foi a mais de 600mm em 36 horas — a média mensal para o mês é de 150 mm. Em maio, conforme disse, caíram cerca de 1.000 mm de chuva.

"Com toda essa chuva, a situação é ruim do ponto de vista hidrográfico, geográfico e estrutural. Santa Maria está em alerta vermelho", destaca Lemos.

Ele frisou que há risco de cheia em arroios que banham a cidade, deslizamentos de terra por conta do solo encharcado e, também, piora na situação de 40 pontes da região, que estavam sendo consertadas para voltarem a receber tráfego. O município registrou seis óbitos desde o início das enchentes — dois deles foram em um desmoronamento de terra.

Ao todo, o número de mortes na tragédia gaúcha chega a 163 pessoas, segundo a Defesa Civil do estado. Os óbitos por leptospirose são quatro ao todo — registrados nos municípios de Travesseiro, Venâncio Aires, Cachoerinha e Porto Alegre. Há 64 feridos, 581.643 desalojados e 65.762 pessoas vivendo em abrigos.

Uma das cenas mais dramáticas registradas nas últimas 24h foi a força das águas do Rio Forqueta carregando a ponte que o Exército construíra, havia poucos dias, para religar as cidades de Lajeado e Arroio do Meio. A estrutura substituiu a Ponte de Ferro, que desabou no início do mês.

Também na região central, o Rio Jacuí tem alerta de inundação e pode afetar cidades como Dona Francisca, Cachoeira do Sul e Rio Pardo. Na última medição, o volume da água estava em 9,21m — no início do mês, chegou a 20m devido ao inédito volume de chuvas.

A previsão é de que a grande intensidade pluviométrica persista em todo o estado. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) considerou a área central e sul do estado em perigo potencial, com previsão de até 50mm. Na parte norte do Rio Grande do Sul, na direção de Santa Catarina e metade do Paraná, o alerta está laranja.

Devido ao mau tempo e ao perigo de novas inundações, as aulas foram canceladas também em escolas de Viamão, Cachoeirinha, Glorinha, Gravataí e Alvorada.

 

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postado em 24/05/2024 03:55
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