Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, decretou, na noite de quinta-feira (2/5), estado de calamidade pública. Na prática, o decreto autoriza a prefeitura a empregar todos os recursos necessários na assistência à população e restabelecimento de serviços por causa da fortes chuvas que atingem o estado gaúcho. Mais de 300 pessoas estão em abrigos temporários.
"Estamos atuantes de forma ininterrupta em toda a cidade, mas pedimos atenção especial da população do Centro Histórico e 4º Distrito. Evitem deslocamentos. O Guaíba está avançando e, apesar do fechamento das comportas do Cais Mauá, há a possibilidade de alagamentos nesta área", disse o prefeito Sebastião Melo.
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Tragédia climática
O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade, que vigorará por 180 dias. No estado gaúcho pelo menos 31 pessoas morreram e mais de 70 estão desaparecidas.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) explica que o período entre o final de abril e o início de maio de 2024 ainda tem influência do El Niño. O fenômeno responsável por aquecer as águas do Pacífico ajudou a bloquear as frentes frias e concentrar os sistemas de áreas de instabilidade no Rio Grande do Sul, causando a chuva mais intensa em parte do estado gaúcho e sul de Santa Catarina nos últimos dias.
Além dessa condição, a temperatura do Oceano Atlântico Sul bem mais elevada, próximo da faixa equatorial, também contribui para a umidade, intensificando as chuvas. O transporte de umidade a partir da Amazônia e o contraste térmico com o ar mais aquecido ao norte da Região Sul, além de ar mais frio ao sul do Rio Grande do Sul também ajudou a fortalecer as tempestades.
Segundo o governador Eduardo Leite, o rio Guaíba, em Porto Alegre, pode chegar a cinco metros até sábado (4/5). Caso a previsão se confirme, essa será a maior cheia da história da capital gaúcha, superando a enchente registrada em 1941.
“Quero pedir mais uma vez que as pessoas tenham a percepção de urgência em relação ao que está ocorrendo no Estado. É muito importante que a população leve a sério as recomendações e busque se proteger, que atenda a esse chamado da emergência sem precedentes que estamos vivendo e deixe as zonas de risco”, enfatizou Leite.
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