O Brasil está próximo de alcançar o triste recorde de maior número de mortes por dengue registrados em um ano. De acordo com o Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde, 2024 acumula 1.116 mortes por dengue. Em todo o ano passado, 1.179 óbitos foram registrados segundo a última atualização dos dados, por volta das 16h desta segunda-feira (8/4).
A série histórica disponível no site do Ministério da Saúde - compreendendo o período de 2000 a 2023 - registra 1.094 óbitos no ano passado, mas a atualização do documento ocorreu apenas em 12 de janeiro.
Os dados mais atualizados da pasta demonstram o aumento considerável de casos da doença entre a população brasileira. O número de casos prováveis bateu a marca de 2.963.994, valor 79,7% maior que o acumulado em 2023, que registrou 1.649.144 casos.
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O coeficiente de incidência chegou a 1.459,7 casos a cada 100 mil habitantes, um aumento de 88,8% em relação ao ano anterior. Por outro lado, a letalidade em casos prováveis diminuiu de 0,07, em 2023, para 0,04, em 2024. A letalidade em casos graves reduziu de 4,83, no ano passado, para 3,93 neste ano.
Em um recorte regional, Minas Gerais está em primeiro lugar no ranking de casos prováveis, registrando a marca de 939.332 casos nestes quatro primeiros meses de 2024. Depois, vêm São Paulo, com 647.702 casos; e Paraná, com 290.012. A capital do país chega em quarto lugar, acumulando um total de 205.571 casos prováveis.
São Paulo está no topo da lista de óbitos, com 220 mortes por dengue. O Distrito Federal segue atrás, com 205; e Minas Gerais com 175 óbitos confirmados pela arbovirose.
No entendimento do infectologista do Hospital Anchieta Manuel Palacios, os fatores que contribuíram para o cenário preocupante incluem as variações climáticas favoráveis ao mosquito transmissor Aedes aegypti, aumento da resistência dos mosquitos aos inseticidas e o aumento da circulação de diferentes sorotipos da dengue, que podem levar à forma grave da doença.
“A intensificação da doença, levando a um aumento de mortes, está correlacionada aos próprios vetores já citados, além dos possíveis atrasos nos diagnósticos e tratamentos”, analisa o médico.
Prever um cenário de queda dos números, na opinião de Palacios, é complexo e depende de diversos fatores. “Isso inclui ações de controle do vetor, mudanças climáticas e eficácia das medidas de saúde pública implementadas, que dependem do Governo Federal e das secretarias de Saúde”, finaliza o infectologista.
*Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer
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