A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) abriu um inquérito para apurar os responsáveis legais pela poluição do Rio Guapiaçu, em Guapimirim, pelo composto químico tolueno e que deixou cerca de dois milhões de pessoas sem abastecimento de água em parte da Região Metropolitana do Rio entre quarta-feira (3/4) e sexta-feira (5). Entre os vieses de investigação está o levantamento de empresas que atuam na região e que têm licença para utilizar a substância.
O mapeamento do Guapiaçu por técnicos da companhia e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), com a ajuda de agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), localizou o foco o trecho por onde passa um oleoduto. Para impedir que o composto se espalhasse pelas águas, uma barreira foi montada. O tolueno é um composto químico altamente tóxico que é utilizado na fabricação de gasolina, solventes e tintas, e é danoso à saúde.
A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) interrompeu a operação do Sistema Imunana-Laranjal às 5h59 da última quarta-feira, em razão da alteração da qualidade da água bruta ainda não tratada no manancial. Na sexta-feira daquela semana, às 22h42, as atividades no sistema foram retomadas.
De acordo com o governo do Rio de Janeiro, o sistema voltou a operar com sua capacidade plena de seis mil litros de água por segundo às 10h do último sábado (6). “A operação foi liberada na noite de sexta-feira, após intensos esforços da força-tarefa do estado para reduzir a concentração de tolueno no Rio”, afirma o governo em nota. A previsão de normalização total do abastecimento é de até 72 horas, ou seja, fim desta segunda-feira (8).
A força-tarefa, montada pelo governo estadual, atua desde a última quinta-feira (4) para tentar diminuir os impactos da contaminação por meio do isolamento da área onde desaguam dois canais, junto à sucção do composto tolueno da região onde é feita a captação de água.
De acordo com o presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, é feito o monitoramento de todo o processo da água para que ela seja ofertada livre de qualquer composto inapropriado para o consumo humano. “Para reforçar ainda mais a segurança, os testes laboratoriais são realizados a cada uma hora ao longo do processo de tratamento, garantindo a confiabilidade de nosso trabalho.”
As equipes já retiraram cerca de 240 mil litros de água contaminada, estabeleceram 40 pontos de coleta e fizeram a análise de mais de 100 amostras. Mais de 300 técnicos e peritos criminais do Inea e da Cedae atuam juntos na coleta e tentativa de identificar a origem do vazamento do composto. A mobilização também envolve as secretarias de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Petrobras, bem como as concessionárias Águas do Brasil e Águas do Rio.
“O estado se mobilizou imediatamente. Identificamos o problema, suspendemos as atividades da estação e trabalhamos para restabelecer, com segurança, o abastecimento para o cidadão. Agora, nossos esforços seguem mantidos, para responsabilizar os causadores dos danos e para monitorar a qualidade do serviço”, afirma o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ).
O secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, reitera que as buscas para identificar os causadores do crime ambiental estão em andamento e o estado está reunindo esforços para resolver o problema da forma mais ágil possível.
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*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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