RIO GRANDE DO SUL

Caso Miguel: mãe e madrasta são condenadas a mais de 50 anos de prisão

As duas foram condenados por tortura, homicídio e ocultação de cadáver de Miguel dos Santos, que tinha 7 anos

Após dois dias de julgamento em Tramandaí, no Rio Grande do Sul, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues e Bruna Nathiele Porto da Rosa foram condenadas por tortura, homicídio e ocultação de cadáver de Miguel dos Santos Rodrigues, de sete anos. O crime aconteceu em 2021 na cidade de Imbé.

A decisão dos jurados foi publicada nesta sexta-feira (5/4). A mãe de Miguel, Yasmin, foi condenada a 57 anos, 1 mês e 10 dias de prisão pelos três crimes. Já Bruna, a madrasta, foi condenada a 51 anos, 1 mês e 20 dias de prisão, também pelos três crimes. As duas poderão recorrer da decisão, mas permanecerão presas.

As condenações foram pedidas pelo Ministério Público. O promotor explicou aos jurados do que as rés estavam sendo acusadas: de tortura, na modalidade "castigo", de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima e ocultação de cadáver.

De acordo com o órgão, as duas são culpadas pelo crime. Durante os depoimentos, elas acusaram uma a outra.

Julgamento

No primeiro dia, as duas rés foram interrogadas. Yasmin, mãe de Miguel, admitiu ter agredido o filho e dado a dose de remédio que deixou o menino desacordado no dia da morte e disse que deveria ser condenada. Ela chorou durante o interrogatório.

Já Bruna admitiu participação na tortura psicológica e na ocultação do cadáver de Miguel. Ela também confirmou que estava junto à Yasmin no momento em que o corpo do menino foi lançado no Rio Tramandaí.

Relembre o caso

O crime ocorreu em julho de 2021. De acordo com o depoimento de Yasmin à polícia, ela e Bruna saíram da residência com a mala onde estava Miguel e o arremessaram no Rio Tramandaí.

A polícia encontrou indícios de que o Miguel era torturado. Foram achados cadernos com frases ofensivas que, segundo as investigações, eram copiadas pelo menino: "eu sou um idiota", "não mereço a mamãe que eu tenho" e "eu sou um filho horrível".

Além dos cadernos, a polícia encontrou ainda uma corrente que seria usada para manter a criança presa. Antes de confessar o crime, a mãe chegou a procurar a polícia, na noite de 29 de julho de 2021, para registrar o desaparecimento do menino. A polícia afirma que Yasmin acabou caindo em contradição, o que fez com que os investigadores começassem a desconfiar dela.

O Correio não conseguiu contato com a defesa das rés. No entanto, o espaço permanece aberto para eventual manifestação.

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