TROCA DE GESTÃO

Após recaptura, Lewandowski demite diretor de presídio de Mossoró

Humberto Gleydson Fontinele estava afastado desde a fuga de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça da prisão. Dupla foi presa novamente nesta quinta-feira (4/4)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, demitiu, nesta quinta-feira (4/4), o então diretor do presídio federal de Mossoró (RN), Humberto Gleydson Fontinele. Ele estava afastado desde a fuga de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, a primeira registrada em uma penitenciária nacional. A dupla foi recapturada nesta quinta-feira (4/4).

A demissão deverá ser oficializada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (5/4). No lugar de Fontinele, havia sido nomeado o policial penal federal Carlos Luis Vieira Pires como diretor interino. Ele atuava como coordenador-geral de Classificação e Remoção de Presos, em Brasília.

Por conta da fuga, a corregedora do sistema prisional também afastou, em 20 de março, quatro diretores responsáveis pelas áreas de segurança, inteligência e administração da prisão.

Recaptura de presos

Os detentos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça foram recapturados nesta quinta-feira (4/4) em uma força-tarefa conjunta da polícia em Marabá (PA). A dupla escapou das grades em 14 de janeiro, sendo essa a primeira fuga registrada em um presídio federal, desde a sua criação, em 2006.

Os criminosos saíram do Rio Grande do Norte e cruzaram pelo menos outros três estados — Ceará, Piauí e Maranhão — até serem encontrados na cidade paraense. As buscas envolveram helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 600 homens, incluindo a Força Nacional, da PF, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), das polícias Civil e Militar.

Segundo o inquérito, eles estavam recebendo auxílio de uma rede de apoio mobilizada pelo Comando Vermelho, facção criminosa a qual eles são filiados.

Buraco em cela

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento fugiram após abrirem uma passagem no teto por um buraco atrás de uma luminária. Eles cortaram duas cercas de arame usando ferramentas de uma obra que ocorria no local para escapar. Os dois teriam ficado ao menos 30 dias sem revista nas celas e a falta de fiscalização possibilitou que eles utilizassem os objetos para sair.

Os fugitivos respondem a mais de 30 processos de homicídio, roubo, tráfico de drogas e organização criminosa e foram transferidos para Mossoró após participarem de uma rebelião em um presídio em Rio Branco (AC), que resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.

Nesta semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse não ter encontrado indícios de corrupção no caso, mas processou dez servidores pelo ocorrido. A Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais admitiu ontem a existência de falhas na segurança e afirmou que há um relatório pronto sobre a responsabilidades dos envolvidos.

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