A socialite Regina Lemos Gonçalves, 88 anos, acusa o ex-motorista, identificado como José Marcos Chaves Ribeiro, de mantê-la presa no próprio apartamento por mais de dez anos, em Copacabana, no Rio de Janeiro. A mulher afirma que contratou o homem como motorista em 2010, mas ele alega que os dois viveram um relacionamento amoroso. À Justiça, José apresentou uma escritura de união estável registrada em 2021. Regina disse que não se lembra de ter assinado o documento. O caso foi divulgado no domingo (28/4), pelo programa Fantástico, da TV Globo.
No documento, há a informação de que Regina e José estavam em pleno uso das faculdades mentais. Além disso, foram apresentados dois laudos psiquiátricos sobre a saúde mental da socialite. Na escritura também consta que em caso de eventual incapacidade mental de um dos dois, deve ser nomeado como curador e representante legal o outro em detrimento de quaisquer outros já existentes. Familiares afirmam que Regina vivia isolada e sob efeitos de remédios.
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"Uma pessoa coagida, drogada, dopada, com medo. Se mulheres jovens, atuantes na internet, elas sofrem esse tipo de assédio, imagina uma mulher clássica, da 'belle époque'?", diz Álvaro O'hara, estilista e amigo de Regina.
Em dezembro do ano passado, o ex-motorista entregou à Justiça um terceiro laudo, de outro psiquiatra, dizendo que Regina apresentava quadro de demência avançada com déficit cognitivo grave que a incapacitava para a prática dos atos da vida civil.
Em 2 de janeiro, Regina conseguiu sair do apartamento e procurou pelo único irmão vivo, que também mora em Copacabana. A família ficou assustada com o estado de saúde da socialite, entrou com pedido de proteção e a Justiça concedeu medida protetiva, que determina que José Marcos fique, no mínimo, 250 metros distante dela.
"Eu resolvi fugir. Resolvi pôr um final nisso. O dia que eu fui procurar a casa do meu irmão, falei, cheguei, eles assustaram. Eu havia emagrecido mais de 30 quilos. Estava osso puro", relatou Regina ao Fantástico.
No entanto, mesmo com a medida protetiva, o ex-motorista ganhou o direito de ser curador de Regina, além de administrar todo o patrimônio dela. A socialite é viúva e não tem filhos. Ela herdou a fortuna do marido, que morreu há 30 anos e era fazendeiro e empresário. A herança deixada pelo então marido foi US$ 500 milhões (cerca de R$ 2 bilhões).
Os advogados de Regina vão contestar a escritura de união estável entre ela e o ex-motorista. A família também quer afastar José da gestão do patrimônio da socialite. Após ter passado mais de dez anos isolada e presa no próprio apartamento, Regina quer viver e ver o show da Madonna na praia de Copacabana no próximo sábado (4/5). "Quero voltar a ser feliz. Porque pra mim tudo é festa", destacou.
O Correio não localizou a defesa de José Marcos. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
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