O Ministério da Saúde anunciou, ontem, que recomendou às unidades da Federação que ampliem, temporariamente, a faixa etária de vacinação contra a dengue em municípios onde existe o risco de perda dos imunizantes, em função da proximidade do fim da validade. Agora, as doses serão oferecidas às crianças e jovens entre seis e 16 anos — antes, apenas aqueles entre 10 e 14 anos tinham direito a recebê-las.
Mas, segundo a nota técnica do ministério, em caso de necessidade, o oferecimento de doses poder ser ampliado ainda mais. Nesse caso, abrangeria dos quatro aos 59 anos, que é o limite etário especificado na bula da vacina.
"Reforçamos que essa é uma estratégia temporária, aplicada apenas para as vacinas que possuem prazo de validade até 30 de abril de 2024", diz a nota do ministério.
As ampliações foram decididas na reunião da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) de quarta-feira. A preocupação do colegiado é porque um estoque considerável de vacinas — aproximadamente 668 mil unidades — está para perder a validade. Esses imunizantes foram doados ao Brasil pela farmacêutica Takeda, fabricante da Qdenga, em fevereiro.
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Além dessas, o governo federal adquiriu 1,6 milhão de doses adicionais para garantir a continuidade da imunização — com a aplicação da segunda dose. Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, 11 estados têm estoques de vacinas contra a dengue que vencem no fim deste mês.
"Um dos grandes desafios do Ministério da Saúde tem sido aumentar a cobertura vacinal. No caso da dengue, foi tudo muito pensado e medido pela produção limitada do laboratório produtor. Agora, a partir da doação que o laboratório fez de vacinas, vamos trabalhar para o pleno uso das vacinas", afirmou Nísia.
Minas Gerais e São Paulo foram destacados como os estados que têm o maior número de doses perto da data de vencimento — Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Paraíba e Rio Grande do Norte estão na mesma situação. A ministra enfatizou que a política da pasta é evitar que as vacinas se percam. "Nossa política é não permitir o desperdício", frisou Nísia.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi
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