Episódio que deixou o país em choque, o caso do cadáver que foi levado a uma agência bancária do Rio de Janeiro ganha novas revelações, mas ainda acumula uma série de pontos a serem esclarecidos pela polícia. Novas imagens de circuitos de segurança mostram que Érika de Souza Vieira Nunes, 43 anos, circulou por outros lugares com o aposentado Paulo Roberto Braga, 68 anos, antes de ser denunciada à polícia, na última terça-feira.
Além de outros flagrantes, há mais informações sobre a morte da vítima. O laudo de necropsia elaborado pelo Instituto Médico Legal conclui que Paulo Braga morreu entre 11h30 e 14h30 de terça-feira. Segundo o documento, a causa da morte foi broncoaspiração do conteúdo estomacal e falência cardíaca.
De acordo com o perito que assina o laudo, "não há elementos seguros para afirmar, do ponto de vista técnico e científico, se o Sr.Paulo Roberto Braga faleceu no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária". A análise indica que Paulo estaria "previamente doente, com necessidades de cuidados especiais".
Novas imagens mostram que Érika Nunes fez vários percursos com Paulo Roberto Braga horas antes de ser flagrada no shopping onde fica o banco Itaú, na região de Bangu. No início da noite de segunda-feira, ela foi vista entrando com o aposentado em um shopping. O idoso está vivo — é possível vê-lo mexer o braço esquerdo no momento em que a dupla acessa o centro comercial.
Há mais flagrantes de Érika e Paulo. Na terça-feira, antes das 13h, filmagens mostram a mulher retirando o idoso de um carro de aplicativo e colocando-o na cadeira de rodas, com a ajuda do motorista. Momentos depois, a suspeita é vista com a vítima em uma cafeteria dentro do shopping. Paulo não esboça qualquer reação.
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Na agência bancária, as imagens do circuito de segurança mostram o momento em que Érika chega com o homem, com a cabeça tombada para o lado. As filmagens da unidade bancária indicam que Érika chegou ao local às 13h02.
Durante o atendimento nos caixas do banco, Érika mexe o pescoço e as mãos do senhor, para fazê-lo assinar um documento de empréstimo de R$17 mil, negociado em março. Segundo Érika, a intenção era comprar uma TV e realizar uma reforma em casa.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro não descarta a possibilidade de envolvimento de mais pessoas no crime. "Agentes realizam diligências para esclarecer os fatos e testemunhas serão ouvidas", informou a corporação, em nota enviada ao Correio. Também em nota, o Itaú Unibanco garantiu que "colabora ativamente com as autoridades para o esclarecimento do caso".
Érika foi presa e autuada por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. Em depoimento, disse que Paulo Braga estava vivo quando chegou à agência bancária. "Os fatos não aconteceram como foram narrados" e que Érika se encontra abalada. "O senhor Paulo chegou à unidade bancária vivo. Existem testemunhas que, no momento oportuno, também serão ouvidas", afirmou a advogada Ana Carla de Souza Correa.
A Polícia Civil sustenta, por sua vez, que Paulo não morreu sentado, como alega a defesa. A suspeita é de que o idoso tenha morrido deitado, pois os livores — acúmulos de sangue decorrentes da interrupção da circulação — se concentraram na região da nuca.
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