Outra jovem declarou ter sido abusada em uma boate na Lapa, centro do Rio de Janeiro (RJ). Segundo ela, o crime ocorreu em novembro do ano passado. Na quarta-feira (3/4), uma estrangeira denunciou ter sido vítima de um estupro coletivo na mesma balada, no domingo (31/3). O caso foi registrado da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).
Em entrevista à TV Globo, a mulher que foi violentada no ano passado conta que estava indo ao banheiro quando ficou tonta e inconsciente. “Eu acordei no quarto preto, com um homem na minha frente, um homem do meu lado sem calça", relata. "Quando eu fui urinar, saíram algumas coisas pelas minhas partes, um líquido pelas minhas partes.
Após sair do banheiro, ela foi informada por uma funcionária que ela estava em um “dark room” (quarto escuro). “Mas eu nunca entraria no dark room", afirma.
A mulher conta que registrou boletim de ocorrência e chegou a ir ao Instituto Médico Legal (IML). No entanto, ao chegar no local, um funcionário disse que ela não poderia fazer o exame. “Eu me senti violada, eu me senti mal em todas as etapas do que eu poderia fazer", recorda. O Correio entrou em contato com a Polícia Civil, mas não teve retorno até a última atualização.
Segundo a vítima, ela entrou em contato com a boate Portal Club, mas não recebeu nenhuma resposta. A jovem procurou a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que acompanha os casos.
Caso do domingo
No domingo (31/3), na mesma boate, uma estudante estrangeira denunciou ter sido violentada por um grupo de homens. Ela conta que aceitou ir com um homem para um lugar mais reservado, mas foi surpreendida por um grupo que acredita ser de amigos dele. A jovem também afirma ter perdido a consciência e, ao recobrar os sentidos, foi à procura de uma amiga.
De acordo com o relato, ela procurou os funcionários da boate, que tentaram convencê-la a não denunciar. Na segunda-feira (1/4), ela procurou a Comissão da Alerj. A vítima, que chegou ao Brasil em janeiro e pretendia ficar por um ano, voltou para seu país de origem.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por sua vez, afirmou que "agentes realizam diligências para buscar imagens de câmeras de segurança e outros elementos que auxiliem na identificação dos autores".
O que diz a boate
A direção da Portal Club Rio emitiu uma nota oficial sobre a denúncia de estupro coletivo do domingo. Na ocasião, o local afirma "repudiar veementemente e nunca apoiar qualquer forma de intolerância, opressão ou violência contra as mulheres".
"Assim que tomamos conhecimento do incidente, a casa prontamente acolheu a vítima e se colocou à disposição das autoridades para que os fatos sejam imediatamente investigados e esclarecidos. Além disso, fornecemos as imagens e áudio do circuito de segurança aos responsáveis pela investigação, onde será provado todo o apoio que prestamos à vítima, juntamente com os dados dos clientes presentes no dia, que tenham colocado o nome na lista ou comprado ingresso antecipadamente", acrescenta a nota.
A boate ainda não se pronunciou sobre a outra denúncia de estupro no local, que ocorreu em novembro passado. O Correio tenta contato com o Portal Club para pedir posicionamento. O espaço permanece aberto para eventual manifestação.
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