O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, preso suspeito de ser um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco, chegou a ser acusado pelo ex-policial militar Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando de Curicica, de atrapalhar as investigações do homicídio da parlamentar.
O miliciano, que estava preso na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) em 2018, deu uma entrevista ao jornal O Globo. Na ocasião, Curicica negou ter participado do assassinato, mas afirmou que a Polícia Civil do Rio não tinha interesse em elucidar o caso e que haveria pagamento de dinheiro a agentes públicos.
Curicica chegou a acusar Rivaldo de ter montado uma intrincada rede de proteção aos chefes da contravenção envolvidos em assassinatos. As informações também foram prestadas em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR).
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À época, apesar das informações, as investigações continuaram com a Polícia Civil do Rio. Mas, por determinação do então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a PF deu início ao inquérito que investigaria o grupo articulado que barrava a apuração da morte de Marielle.
Rivaldo negou as acusações. Seis anos após o crime, o delegado que assumiu a função de chefe da corporação um dia antes do homicídio foi preso.
Motivações
A motivação, segundo os investigadores, pode estar atrelada ao embate da vereadora com a milícia coordenada pelo clã Brazão, alvo da operação deste domingo.
Além de Rivaldo, foram presos o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ). Os três suspeitos serão interrogados ainda neste domingo (24/3), na superintendência da PF, no Rio de Janeiro.
O clã Brazão coordena Jacarepaguá, zona oeste carioca, região dominada por grupos paramilitares. Domingos Frazão já chegou a ser citado na CPI das Milícias, em 2008.
A PF trabalha com outras teses, mas a expansão territorial e questões fundiárias são as informações que mais ganham força. Os investigadores conseguiram chegar aos três nomes após a homologação da delação do ex-policial militar e assassino confesso da ex-vereadora, Ronnie Lessa, além de provas coletadas pelos investigadores antes de Ronnie topar falar.
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