A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã da vereadora assassinada Marielle Franco, agradeceu ao trabalho da Polícia Federal, do Governo Federal e do Ministério Público Federal e do Rio de Janeiro após a prisão de três pessoas apontadas como mandantes do assassinato da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.
"Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê? Estamos mais perto da Justiça", disse Anielle, nas redes sociais.
Na manhã deste domingo (24/3), foram presos o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCERJ) Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.
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Diversas autoridades, políticos e amigos de Marielle comentaram acerca da operação da Polícia Federal nesta manhã. O assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes completou 6 anos neste ano.
"Só queremos a verdade e a Justiça. Por Mari e por Anderson, pela democracia! Saber quem mandou matar Marielle e a razão é fundamental para enfrentar as máfias políticas que atuam no Rio de Janeiro. A saudade aperta o peito, mas continuaremos transformando nossas lágrimas em luta", afirmou o deputado federal Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ).
"Com o coração apertado, vemos os passos da justiça. Essa notícia nos traz um misto de sentimentos, mas é um avanço crucial. Seguimos vigilantes e determinados em nossa busca por Justiça", disse o Instituto Marielle Franco.
"Não tenho palavras pra dizer o que estou sentindo. Mais um passo dado na luta por justiça por Marielle e Anderson. Mais um passo pra gente fechar essa fratura na democracia", ressaltou a deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ).
Investigações
O delegado Rivaldo Barbosa, um dos alvos da Polícia Federal na manhã deste domingo (24/3) por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, assumiu a chefia da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCRJ) um dia antes da morte da Marielle. O delegado foi empossado como chefe da Polícia Civil em 13 de março e, antes, coordenava a Departamento de Homicídios. Na época, ele foi nomeado pelo então interventor federal no RJ, general Walter Braga Netto.
"Foi para Rivaldo Barbosa que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime. Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro", comentou Marcelo Freixo, presidente da Embratur a amigo de Marielle.
"Foram 5 delegados que comandaram as investigações do inquérito do assassinato da Marielle e do Anderson, e sempre que se aproximavam dos autores eram afastados. Por isso demoramos seis anos para descobrir quem matou e quem mandou matar. Agora a Polícia Federal prendeu os autores do crime, mas também quem, de dentro da polícia, atuou por tanto tempo para proteger esse grupo criminoso. Essa é uma oportunidade para o Rio de Janeiro virar essa página em que crime, polícia e política não se separam", acrescentou Freixo.
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