Nesta sexta-feira, 22 de março, é comemorado o Dia Mundial da Água. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para alertar a população a respeito da necessidade de preservação do recurso natural. Tendo o dia como gancho, o Instituto Trata Brasil (ITB) publicou a 16ª edição do Ranking do Saneamento com foco nos 100 municípios mais populosos do Brasil. Segundo o estudo, cerca de 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e 90 milhões não possuem acesso à coleta de esgoto.
O levantamento também mostrou que, dos municípios analisados, apenas 22 têm 100% de abastecimento de água. Para produzir o ranking, o ITB levou em consideração indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base de 2022, publicado pelo Ministério das Cidades.
Dos 20 municípios mais bem colocados no ranking de 2024, percebe-se uma predominância das regiões Sudeste (12), Sul (5) e Centro-Oeste (3). Maringá (PR) leva a primeira classificação, em seguida aparecem São José do Rio Preto (SP), Campinas (SP) , Limeira (SP) e Uberlândia (MG).
Já dos 20 piores municípios do ranking, a distribuição pelas regiões do país foi maior: sete são da região Norte, seis da região Nordeste, cinco da região Sudeste, um da Centro-Oeste e um da Sul. Os piores resultados foram observados em Porto Velho, com apenas 41,74% da população tendo acesso acesso à água potável, seguido de Ananindeua (PA), com 42,74%; Santarém (PA), com 48,8%; Rio Branco, com 53,5%; e Macapá, com 54,38%.
Eleições municipais
Na avaliação de Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, é necessário que a questão do saneamento seja trazida para o debate neste ano de eleições municipais.
“Esta edição do Ranking destaca que, além da necessidade de os municípios alcançarem o acesso pleno do acesso à água potável e atendimento de coleta de esgoto, o tratamento dos esgotos é o indicador que está mais distante da universalização nas cidades, mostrando-se o principal gargalo a ser superado. Temos menos de 10 anos para cumprir o compromisso de universalização do saneamento que o país assumiu para com os seus cidadãos. Ainda assim, cinco capitais da região Norte e três da região Nordeste não tratam sequer 35% do esgoto gerado.”
Investimento em saneamento
O levantamento do Trata Brasil mostrou ainda que os 20 melhores municípios apresentaram um investimento anual médio no período de 2018 a 2022 de R$ 201,47 por habitante, cerca de 13% abaixo do patamar nacional médio para a universalização.
Já os 20 piores municípios tiveram um investimento anual médio no período de 2018 a 2022 de R$ 73,85 por habitante, cerca de 68% abaixo do patamar nacional médio para a universalização. O instituto destaca que, no caso desses municípios, por terem indicadores muito atrasados e distantes da universalização, ter um investimento anual médio por habitante baixo resulta em uma dificuldade muito grande para atingir às metas estabelecidas.
O ITB desenvolve, desde 2009, ações, estudos e pesquisas com o objetivo de fomentar o saneamento básico no país.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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