A biomédica Lair Guerra de Macedo Rodrigues, uma das maiores referências do país na pesquisa sobre a aids, morreu ontem, em Brasília, aos 81 anos. Ela ficou reconhecida nacionalmente ao idealizar, em 1983, o Programa Nacional de Combate às DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis)/Aids do Ministério da Saúde. Por causa disso, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por tornar o programa um exemplo para o mundo.
O Ministério da Saúde lamentou a morte da pesquisadora e reconheceu o trabalho realizado por Lair na saúde pública. "Foi pioneira na construção de políticas públicas no Brasil para o enfrentamento da aids, tendo sido nomeada para coordenar o programa do país para controle da doença na década de 80", diz um trecho da nota da pasta.
O ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome — e piauiense como Lair —, homenageou a médica. "Nos despedimos da querida Lair Guerra, que teve importante protagonismo na área da saúde criando o Programa Nacional de Controle e Combate a Aids do Ministério da Saúde", registrou no X (antigo Twitter).
A UNAIDS Brasil, também pela rede social, lembrou que a dedicação de Lair "na resposta ao HIV e no acesso aos antirretrovirais deixam um legado marcante". Já a Sociedade Brasileira de Infectologia registrou que recebeu "com imensa tristeza" a morte da pesquisadora. A senadora Zenaide Maia (PSD-PB) salientou que "seu trabalho pioneiro em benefício da humanidade foi reconhecido no mundo. Lair presente!"
Lair também foi homenageada pela embaixada da França — salientou que ela foi uma "grande entusiasta da cooperação" entre os dois países "no âmbito da luta contra Aids, ela estabeleceu com a França uma parceria forte e estruturada e que se mantém até hoje". O Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) lamentou a morte "da sanitarista Lair Guerra de Macedo Rodrigues, pioneira na formulação das políticas nacionais de resposta à epidemia de aids no Brasil".
Nascida em 1943 no povoado Gety, antes pertencente ao município de Parnaguá, hoje Curimatá, Lair fez pós-graduação no Centro de Controle de Doenças em Atlanta, na Geórgia (Estados Unidos). Lecionou microbiologia na Universidade Federal do Piauí (UFPI) e na Universidade de Brasília (UnB).
Em 1996, ela sofreu um acidente de carro em Recife, quando estava na cidade para ministrar uma palestra sobre aids. Desde então enfrentava sequelas deixadas pelo episódio.
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