Minas Gerais

Brasil será produtor, além de consumir da EuroChem, diz diretor global

Empresa europeia inaugurou nesta quarta-feira (13/3) um complexo para mineração e produção de fertilizantes em Serra do Salitre, Minas Gerais, com investimento de US$ 1 bilhão

O diretor global da EuroChem, Oleg Shiryaev, declarou, nesta quarta-feira (13/3), que o Brasil passa a ser não apenas um consumidor de fertilizantes da empresa europeia, mas também um produtor com a inauguração do novo complexo de mineração na Serra do Salitre, Minas Gerais.

A inauguração do empreendimento ocorreu nesta manhã, em cerimônia com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e autoridades mineiras.

“A EuroChem é uma das empresas líderes globais na produção de fertilizantes, com mais de 20 milhões de toneladas por ano. Mais de um terço disso vai para o Brasil”, discursou o diretor. A companhia é sediada na Suíça. “Com essa inauguração, o Brasil não será só um consumidor dos nossos produtos, mas também produzirá mais de um milhão de toneladas de fertilizantes por ano”, emendou.

O presidente da empresa na América do Sul, Gustavo Horbach, também discursou durante a cerimônia. Ele destacou o impacto da instalação do complexo na cidade de Serra do Salitre. “Devo dizer que o principal impacto e o principal legado que nos orgulha como empresa é enxergar a transformação pela qual essa comunidade passou”, pontuou.

Além de Lula, também estavam presentes o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), além do governador de Minas Gerais, Romeu Zema.

Investimento de US$ 1 bilhão

O Complexo Mineroindustrial da EuroChem é a primeira unidade da companhia fora da Europa, com investimento de US$ 1 bilhão. O complexo pode chegar a fornecer um milhão de toneladas de fertilizantes por ano, representando 15% da produção brasileira. Além disso, também serão produzidos um milhão de toneladas por ano de ácido sulfúrico e 240 mil de ácido fosfático, subprodutos também utilizados para a fabricação de fertilizantes.

Ao todo, a expectativa é que a empresa empregue 1.500 pessoas, de forma direta e indireta, além de 3.500 empregos diretos gerados durante a construção do complexo, que tem uma área próxima a 20 milhões de m², incluindo barragens.

Para o governo federal, a iniciativa é uma forma de reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados, que soma 80% dos insumos utilizados pelo agronegócio. No início da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 2022, o fornecimento de fertilizantes chegou a ficar ameaçado, já que a Rússia é a maior exportadora do material para o Brasil.

Em novembro passado, o governo aprovou o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), que tem como objetivo atender, em 2050, entre 45% e 50% da demanda por fertilizantes com a produção nacional, reduzindo a dependência do mercado externo.

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